Renascença no Projeto Viva Bairro, do Ibiá: “É mais do que uma relação responsável, é estar junto”

O Renascença Cia de Teatro acaba de completar 35 anos. A data foi celebrada no último dia 5, poucos dias antes do Jornal Ibiá atingir quatro décadas de circulação. Mas esta não é uma matéria sobre coincidências e relação por proximidade, é o relato sobre duas histórias que estão interligadas há muitos anos, levando cultura e entretenimento aos montenegrinos.

O fundador do Renascença, Everton Santos, conta que, desde o início de suas atividades, a companhia teve apoio do Ibiá. “Tudo que a gente fez sempre foi registrado. O Jornal acompanha todos os nossos passos”, diz o ator. “Tenho o mesmo tempo de carreira que o Ibiá de existência. Sempre admirei o trabalho feito por seus profissionais.

Ton, como é conhecido entre seus amigos, reconhece a importância do jornalismo local para a divulgação de trabalhos que promovem a Arte e a Cultura à população, assim como o desenvolvido por seu grupo de teatro. “A gente faz a nossa história, mas quem conta é o Jornal. Naquela época (1988) não tínhamos celulares, internet, nem TV. Quem veiculava tudo era o Jornal. Temos uma relação muito forte com o Ibiá”, acrescenta Everton.

Conforme o diretor do Renascença, em um período em que nem se pensava falar sobre economia criativa e empreendedorismo cultural, o Ibiá acompanhou discussões relacionadas a essas temáticas. “Já na década de 1980, a gente falava sobre o artista autônomo. Saiu reportagem sobre isso no Ibiá, talvez uma das primeiras no Estado, na nossa região, com certeza. A gente falava que o ator precisava trabalhar sua autonomia, empreendedorismo era uma palavra que não se falava naquela época”.

“Os Sombrascênicos” animaram o Viva Bairro durante 10 anos
Certos personagens marcaram as edições do Viva Bairro, ação desenvolvida pelo Ibiá em praças, parques e locais públicos de Montenegro, por mais de 11 anos. O projeto contava com o apoio de diversas empresas e artistas que ofereciam, gratuitamente, brindes, produtos, serviços e, claro, entretenimento aos moradores dos bairros de Montenegro.

“Os Sombrascênicos” da Cia Renascença nasceram justamente para fazer parte dessa fase da história do Ibiá. “Já vínhamos pensando em fazer algo para ter mais contato com o público. O convite do Ibiá casou com as conversas que já estávamos alinhando no grupo”, conta Everton. “A gente só fez Os Sombrascênicos e só tivemos sucesso pelo trabalho no Viva Bairro, por causa do convite do Ibiá. Isso é um fato”, sublinha. Foram 10 anos de parceria levando o trabalho do grupo ao encontro de crianças e adultos que buscavam diversão nas edições mensais do Viva Bairro. “Esse trabalho foi a semente para a gente dar o passo para o trabalho fora do palco Italiano. A gente procurava uma forma de fazer isso e não sabia como”, aponta Ton.

Primeira apresentação de “Os Sombrascênicos”, em fevereiro de 2004, no Bairro Cinco de Maio pelo projeto Viva Bairro

“Registro na imprensa traz retorno positivo”
Everton Santos vai além ao destacar a relação da Cia Renascença com a mídia local. Segundo ele, o grupo se reinventa constantemente e isso vem sendo acompanhado pela imprensa. “A gente sempre procura diversificar os nossos gêneros de trabalho, trabalhamos um tempo com determinado gênero depois avança para outro, para poder evoluir, para poder trazer coisas diferentes ao públicos”, explica.

O reconhecimento do trabalho do grupo tem sido crescente ao longo dos anos. A participação da Cia Renascença em festivais de teatro torna o grupo cada vez mais conhecido, dentro e fora do país. “Chegamos na Argentina, no Chile, no Uruguai. Os intercâmbios de palestras e conferências tornam nosso trabalho conhecido na Europa. Através do remoto ampliamos ainda mais o nosso público”, acrescenta o artista.

Foram 10 anos de parceria levando o trabalho do grupo ao encontro de crianças e adultos que buscavam diversão nas edições do Viva Bairro

Para Everton, o papel da imprensa, de registrar atividades como as citadas acima, é de extrema importância. “O registro na imprensa traz retorno positivo, trata-se de uma divulgação responsável”, afirma. Ton garante também que a cobertura jornalística possibilita a realização da autocrítica sobre o trabalho. “Pelo olhar do público ou pela própria matéria, podemos ver se aquilo que nós pensávamos não foi ou não alcançado”.

Everton comenta que ainda se emociona quando lê, ouve ou vê um jornalista do Ibiá falando sobre o Renascença. “Escuto os jornalistas falando como um componente do grupo, felizes por alguma coisa que a gente alcançou, por alguma coisa que estamos batalhando. É mais do que uma relação responsável, é estar junto. Não é assim com todos os entes parceiros que a gente tem, mas é assim com o Ibiá”, pontua.

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