Dom Carlos Rômulo relembra a importância da data
O Natal é mais do que um dado no calendário ou um momento de celebração familiar: é a essência da renovação espiritual para os cristãos e um tempo de fortalecimento de valores universais como solidariedade, fraternidade e amor. Durante entrevista para o Jornal Ibiá, o Bispo Dom Carlos Romulo refletiu sobre os significados mais profundos desta data e seu impacto na vida das pessoas, tanto dentro quanto fora da Igreja. Ele enfatiza que o nascimento de Jesus é um presente divino, que convida todos a renovarem sua fé e suas relações.
Dom Carlos destaca que o Natal não surge de repente, mas é antecedido por um período de preparação, conhecido como Advento. São quatro semanas dedicadas à oração, à escuta da Palavra e aos gestos de solidariedade. “O Advento é o tempo de abrir o coração, de voltar à fonte da nossa fé e de nos preparar para acolher o maior presente de Deus, que é o nascimento de seu Filho”, explica. Ele também enfatiza que este tempo de preparação espiritual é essencial para resgatar a essência do Natal, muitas vezes ofuscada pelo materialismo e pelo consumo exagerado.
O presépio, tradição criada por São Francisco de Assis, também ocupa um papel central nesta preparação. Para Dom Carlos, o presépio não é apenas um adorno natalino, mas uma maneira de “contemplar novamente o grande mistério de Deus, que escolheu vir ao mundo de forma humilde e simples, como uma criança”. Ele lembra que “a simplicidade do presépio nos ensina que ninguém fica excluído do amor de Deus. Ao contrário, o próprio Deus escolheu o último lugar, um estábulo, para nascer e nos mostrar que todos têm valor.”
A promessa de salvação
Segundo Dom Carlos, o Natal não é apenas uma celebração do passado, mas um ato de fé no futuro. “A prova de que Cristo virá novamente é que Ele já veio. A celebrar o nascimento de Jesus renova nossa esperança de que Ele está conosco agora e de que voltará em glória.” O Bispo diz que o Natal conecta os cristãos à promessa de salvação, pois celebra um evento que não apenas marcou a história, mas também abriu as portas para a redenção da humanidade.
Ele explica que, ao olhar para o presépio, os cristãos são convidados a refletir sobre o significado de uma vida de fé. “Assim como Jesus veio em simplicidade, somos chamados a viver com humildade, reconhecendo que Deus está presente em cada gesto de amor, em cada ato de solidariedade. Isso é o que transforma o Natal em um tempo especial”, afirma.
Dom Carlos concluiu com uma mensagem de esperança: “Olhando para o presépio, somos chamados a considerar a presença de Deus em nossa vida e na vida daqueles que estão ao nosso redor, especialmente os que sofrem. Que este Natal seja um tempo de reconciliação, de amor e de renovação espiritual. Porque Deus nos ama, somos capazes de amar uns aos outros.”
Solidariedade em foco
O Bispo relembra as enchentes que atingiram fortemente Montenegro e a região neste ano, destacando que o espírito natalino se manifestou na solidariedade demonstrada pelas comunidades. “Mesmo em meio à destruição e à dor, vimos um movimento extraordinário de ajuda mútua. Isso é uma prova de que a mensagem do Natal está viva: a esperança renova nossa capacidade de amar e de cuidar uns dos outros.”
Ele também aponta que o Natal deve ser um tempo para ajudar e acolher os mais vulneráveis. “Ainda há muitas pessoas vivendo em alojamentos provisórios, sem um lar para chamar de seu. Celebrar o Natal é também renovar nosso compromisso de ajudar quem mais precisa, pois Deus se manifesta em cada gesto de solidariedade.”
Reconciliação e união familiar
Para o Bispo Dom Carlos Romulo, da Diocese de Montenegro, o Natal é um momento ideal para a reconciliação. Ele observa que as reuniões familiares nesta época são, muitas vezes, marcadas pela superação de diferenças e pelo fortalecimento dos laços. “As famílias se reencontram, mesmo que estejam separadas por longas distâncias. Essa união é um reflexo da mensagem do Natal, que nos convida a olhar para o outro com amor e perdão.”
Dom Carlos também enfatiza que Natal atrai não apenas cristãos praticantes, mas também pessoas de outras crenças ou até sem religião. “Aquilo que é belo, como solidariedade e fraternidade, é universal. Por isso, o Natal inspira as pessoas a agirem de forma mais amorosa e compassiva, independentemente de suas práticas religiosas.”