Colona e Motorista! Essa jovem, na verdade, voa

É Dia do Colono e do Motorista! Uns comemoram por ter suas mãos na terra, outros pelas mãos no volante. Mas na realidade da agricultura familiar há muitos que são duplamente homenageados. É o caso de Gabriela Schley, 27 anos, a “Gabi”. Na propriedade da família, motorista de caminhão truck; e no trabalho urbano, primeira condutora de ambulância em Montenegro.

A jovem é filha de agricultores em São José do Sul, onde trabalhou sol a sol nos pomares e plantação de melancia. “Eu fiz minha carteira de motorista para ajudar minha família com os caminhões”, explica. Eventualmente era vista chegando aos pontos de venda e na Ceasa de Porto Alegre, dominando um Mercedes de três eixos.

E o universo conspirou quando Gabriela foi se habilitar para conduzir um “pesado”. O tempo de CNH sem infrações lhe dava o direito de tirar carteira para ônibus, a mesma que mais tarde serviria para realizar o curso de condutor de veículo de emergência. Tudo alinhavado na vida desta destemida, que não está nem aí para os pré-conceitos.

Mas, antes, é bom conhecer o caminho para chegar ao volante do veículo do Grupo Vargas Serviços Assistenciais. Tudo começa quando a filha de colonos veio para a cidade ser Técnica em Enfermagem, tendo se formado há nove anos. Depois fundou a empresa Pró Ativa ao lado de 13 sócios, e que hoje já tem mais de 40 profissionais e há três anos presta serviço ao Plantão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

O contrato com o Grupo Vargas lhe manteve ainda mais tempo na Secretaria, onde a empresa é responsável pela remoção de pacientes. “Eu já trabalhava na ambulância, mas como técnica de enfermagem”, explica.

Surpresa nas ruas e adrenalina na veia
E foram os colegas de pronto-socorro que lhe incentivaram para ser mais um da equipe habilitado como Condutor de Veículo de Emergência. Os cursos exigidos de direção defensiva e transporte seguro foram totalmente online, concluídos há três meses.

“Eu já esperava que fosse uma surpresa aqui em Montenegro”, confirma. Nas ruas, Gabi observa as pessoas lançando olhares, apontando e comentando. Mesmo nos atendimentos, algum paciente sempre observa o fato de ser uma mulher que vai cortar o trânsito com o giro lá em cima e a sirene gritando.

“‘É tu que tá dirigindo?’, perguntam. Não é nada pejorativo, só espanto mesmo”, ilustra. Nada que já não tenha provado ao encostar o caminhão para descarga, e um homem ficar em volta procurando o outro homem motorista.

A diferença é que na ambulância, confessa, há aquela adrenalina de sair abrindo o caminho (apesar que alguns ignorarem o veículo de emergência). “Quando a gente lida com a vida, qualquer segundo é essencial”. Uma declaração muito coerente com sua profissão e com embasamento no seu novo projeto. Agora, Gabi está cursando faculdade de Direito. Onde mais essa inquieta motorista vai chegar? Onde ela quiser!

Gabi chama atenção nas ocorrências, mas não se sente ofendida por comentários

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