O voluntariado é qualquer atividade não remunerada prestada por pessoas físicas a entidades públicas de qualquer natureza, ou a instituições privadas de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social. Além, é claro, de ser um ato de amor. O Dia do Voluntário foi celebrado na última quarta-feira, 28.
Em Montenegro, a ONG Parceiros Voluntários tem Hedi Thomsen, 78, como um dos seus maiores nomes. Hedi conta que a ONG foi criada em 1997 e já em 2002 ela entrou como voluntária, única e exclusivamente por amor. Seguiu no trabalho por anos, até que em 2009, se aposentou. “Fiz 10 anos de voluntariado sem interrupção. Nós temos de nos unir cada vez mais para o propósito voluntário”, salienta. Mas nem aposentada Hedi se ausentou das ações beneficentes para a comunidade. Em 2010, ela iniciou seus trabalhos na “Tribos”.
A Tribos é uma ação de mobilização social que abrange crianças e adolescentes de escolas de Ensino Fundamental e Médio que desejam transformar a realidade. Assim, as escolas se inscrevem como Tribos, se reúnem e escolhem uma “Trilha” dentre as três existentes: educação para a paz, meio ambiente ou cultura. Após, realizam ações voluntárias na comunidade em que vivem, contribuindo para uma sociedade melhor. Professores, família e toda a comunidade também podem fazer parte da Tribo.
Para Hedi, ela é uma multiplicadora de coisas boas. “Como eu não vou deixar uma lembrança boa? Deus deu tanta coisa boa para a minha vida. Porque eu não vou passar adiante? Eu amo o que eu faço. Eu quero ser útil à sociedade enquanto eu puder porque isso me realiza”, sublinha ela.
Fazer o bem sem olhar a quem
Já Eva Reis, 60, começou sua história no voluntariado dentro da EEEF Coronel Januário Corrêa, na qual atuava como professora. Segundo Eva, em 2002, a ONG Parceiros Voluntários lançou o Programa Valores na Educação, o que a incentivou na realização de novos projetos com alunos que participavam do contraturno e na sua busca por capacitação. “Achei uma ótima oportunidade. Assim, busquei capacitação junto aos coordenadores da ONG e tive como resultado o protagonismo infanto-juvenil e a preservação de valores culturais e cidadania. Então pude atuar junto à comunidade”, explica.
Atualmente, Eva é aposentada, mas assim como Hedi, não abandonou as ações em prol da comunidade. Para ela, isso se deve ao amor por fazer o bem sem olhar à quem. “Para realizar boas ações não precisamos de muito. Apenas tirar um tempinho para se envolver, seja através de um olhar percebendo o outro, um abraço, um bingo para levar alegria aos nossos idosos ou uma recreação para as crianças. Isso tudo é muito gratificante”, pontua.
Yasmin Moreira de Almeida, 12, é uma das alunas voluntárias do 6º ano do Januário e pertence ao grupo Tribos no segmento da cidadania. A menina conta que várias ações são desenvolvidas dentro da escola quando os alunos têm tempo livre. Ela realiza ações voluntárias desde o ano passado e comenta que a mãe, Alexandra Moreira é professora em sua escola e também é engajada no voluntariado.
Para Yasmin, a Tribos é muito mais do que apenas ser um voluntário. “Um exemplo é quando fomos ao asilo, fomos lá ajudar eles, levar alegria. Não estávamos esperando nada em troca. É um sentimento de felicidade”, destaca. A menina comentou, ainda, sobre o 10º Fórum Municipal das Tribos, que ocorreu em agosto, destacando a importância do momento para o aprendizado. “Aprendemos muito sobre o que realmente está acontecendo no mundo, no Brasil. Lixo por todo lado. A Amazônia tá pegando fogo há dias. Tá tudo ficando muito sério”, evidencia.
Como fazer parte do voluntariado?
O voluntariado está sempre de portas abertas a quem quer que seja, independentemente de raça, credo, idade ou gênero. Os interessados em conhecer melhor as ações realizadas pela ONG em Montenegro ou participar dos grupos devem entrar em contato com Hedi Thomsen, através do número 51 98111 3383.