Crianças e adolescentes se preparam para a reta final e pensam no futuro
O recesso de Inverno acabou e a moleza também. A partir de agora, alunos de todas as idades retomam o foco, concentração e estudos para o último semestre do ano letivo. Quem se deu bem nos primeiros meses deve manter o desenvolvimento, enquanto os alunos que tiveram mais dificuldade devem voltar com força máxima para a escola, a fim de recuperar os resultados.
Tasmin Mustafa, 11, está na 5ª série do Ensino Fundamental e assim como Taynara Anita Morgan da Silva, 17, que está no seu último ano do Ensino Médio, tem a mãe Hanan Mustafa, sempre presente e orgulhosa das filhas pela inteligência e comprometimento com a escola. Abu Bakr Mustafa é o filho mais novo de Hanan, tem 5 anos e está na Educação Infantil, mas segundo a mãe, o desenvolvimento já vem sendo notado. A família mulçumana veio do interior de São Paulo para Montenegro há cerca de dez anos.
Tasmin adora a escola e vai com tudo para o último trimestre. Ela pretende melhorar apenas em Geografia e História, já que gosta da área das exatas e tem como matéria favorita Matemática. A filha do meio, apesar de pouca idade, é objetiva quanto a profissão dos sonhos: Arquitetura. Hanan, que é artesã, conta que o interesse pelo modo como as coisas são construídas vêm desde cedo na filha, e que, sem dúvidas, existe pelo fato de a mãe estar sempre construindo e montando coisas com as próprias mãos.
Preocupações com o fim do Ensino Médio
Taynara é um exemplo de que os alunos mais velhos têm mais preocupações a partir de agora. Quem está prestes a terminar o Ensino Médio, cursado o 3º Ano, busca, além de redobrar os estudos para uma boa nota no Enem, escolher o melhor curso para seguir após a conclusão de mais um ciclo.
A aluna comenta que está se saindo bem em seu 3º Ano e que para o último semestre está tranquila. “Um pouco de otimismo sempre é bom, algumas disciplinas da área de Exatas tendem a me preocupar mais, porém, nada que o foco nos estudos não possa resolver”, afirma.
Planilhas, vídeo aulas, leitura e realização de exercícios. Taynara conta que o estudo é essencial nessa época, assim como organização. “Eu tinha feito uma planilha de estudos, por exemplo, em janeiro estudei Matemática, fevereiro Sociologia e História e por aí vai. Refazer provas antigas ajuda muito. Nas matérias que eu tenho facilidade não preciso de muito tempo para estudar”, explica ela.
Taynara afirma que para ela, o último ano do Ensino Médio é o mais difícil, não pelo conteúdo, mas pelo peso de escolha de profissão e em como prosseguir quando sair da escola. “Não é só festa no famoso terceirão. Tem todo o peso de escolha de curso e no que pretendo ser como pessoa e o que posso fazer para ajudar o mundo todo”.
Caso tire uma nota boa no Enem, Taynara cursará Psicologia, mas pretende exercer a função dentro da área criminal. “Desde pequena queria algo que envolvesse o ser como um todo, a mente e o comportamento”, salienta. “Quero trabalhar para o sistema não cometer atos injustos com vítimas no meio criminal”, confirma.
Apesar de já ter em mente sua profissão, ela explica que está sendo difícil ter que lidar com todas as mudanças que virão, principalmente com as responsabilidades. “Se deparar com trabalho, vida adulta e agora escolher algo sério para seguir é complicado. Estamos em um ambiente que ainda somos vistos como adolescentes perdidos, e isso acaba já dando saudades de poder cometer erros porque é jovem e estava tudo bem antes”, analisa.
Taynara comenta que a pressão que muitos jovens sentem nessa fase da vida pode estar ligada diretamente aos pais, que podem compactuar para isso. O importante é saber que na vida iremos cometer erros e escolhas ruins. “Talvez a profissão escolhida não será a certa, o ambiente pode não fazer bem e sentir essa obrigação toda de ser um exemplo para a família pode ser o problema”, opina.
“Temos que fazer o que nossa saúde mental clama, não adianta ter terminado a faculdade em algo que você não gosta, pois tudo será em vão. Respeite sua mente, suas escolhas mesmo que duvidosas e tenha paciência com as mudanças. É normal se sentir perdido e ter medo. Só assim você poderá se transformar”, pontua ela.
Incentivo aos estudos em casa
Hanan confessa que se as filhas são exemplos na escola, não puxaram por ela. A mãe cursou até a 6ª série e, após, ficou anos sem estudar. Só depois de um tempo, Hanan se dedicou e conseguiu validar o Ensino Médio através do Enem.
Mas não é por isso que o incentivo em casa deixa de existir. Ao contrário. Hanan conta que costuma explicar aos filhos que eles são capazes de tudo, e que precisam apenas confiar em si mesmos e nos professores. “A primeira educação a gente aprende em casa, mas a escola dá a segunda parte dela”, pontua.
Quanto aos temas de casa, principalmente da filha de 11 anos, Hanan conta que ela apenas orienta. A menina deve saber de suas responsabilidades.
Quanto a Taynara, o que muda é o incentivo à profissão. Quando questionada sobre aprovar ou não a opção da filha de seguir a carreira de psicóloga criminal, Hanan é clara. “Como não vou gostar de algo que faz minha filha feliz? Eu já fiz as minhas escolhas, as que eu quis, agora é a vez dela escolher”, salienta. A mãe comenta que busca incentivá-la em sua escolha, explicando que todo mundo pode cometer erros de vez em quando, caso ela descubra que não é o que realmente deseja para sua vida.
Hanan mostrou livros que comprou para a filha mais velha e que têm muito a ver com a profissão escolhida, assim, declarou que já conhece de cor seu gosto. “Se eu vejo um livro com mistérios, seriais killers ou algo parecido, já penso que é o certo pra Taynara”, finaliza.
1. Entregue as atividades propostas dentro do prazo. Parece simples, mas muitos alunos não dão a devida importância aos exercícios que valem pequenos pontos e vão perdendo de pouco em pouco.
2. Crie métodos de estudos. Desenvolva planilhas, resumos, assista vídeo aulas ou leia bastante. Descubra qual o melhor método para o seu aprendizado.
3. Não falte nas aulas. Nessa reta final, é importante estar atento a todos os conteúdos para não perder nada.
4. Mostre-se (e seja) um aluno dedicado e comprometido. Os professores não dão moleza para quem só quer folia.
5. Faça com que a tecnologia seja uma boa aliada. Foque nos estudos e não na desconcentração, seja na sala de aula ou em casa.