Vitamina D: qual a sua importância no organismo?

A vitamina D, que atua na saúde óssea, crescimento, imunidade, musculatura e metabolismo, além de em diversos órgãos e sistemas, é essencial para o organismo humano. Sendo assim, mantê-la na quantidade adequada é fundamental. Segundo Tiago Schuch, médico do Serviço de Endocrinologia do Hospital Moinhos de Vento, a principal função da vitamina D é estimular a absorção de cálcio e fósforo pelo intestino. “Desta forma, tem papel fundamental para uma liberalização adequada dos ossos, tornando-os mais resistentes”, diz. “A vitamina D também estimula a diferenciação celular, o que em teoria poderia diminuir o risco de alguns tipos de câncer”, acrescenta.

Também chamada de calciferol, é uma vitamina naturalmente presente em alguns alimentos e também disponível em farmácias e drogarias como suplemento alimentar, geralmente em formato de cápsula. Ela também é produzida dentro do organismo quando os raios ultravioleta (UV) da luz solar atingem a pele, acionando a síntese da vitamina D. Segundo Tiago, a exposição solar é a principal fonte da vitamina. Por isso, ele diz que uma exposição de cerca de 15 a 20 minutos por dia no rosto, colo e braços, no período que vai das 10h às 16h, nos meses da primavera e verão normalmente são o suficiente. “Apesar disto, diversos fatores influenciam este tempo como cor da pele, idade, latitude e altitude”, afirma.

Deficiência de vitamina D leva à doenças
Segundo o endocrinologista Tiago Schuch, a principal consequência da falta da vitamina D no organismo é a carência de absorção de cálcio e fósforo pelo intestino, podendo, assim, ser fator de risco para osteoporose e fraturas. “Deficiências graves podem levar a doenças do metabolismo ósseo, como raquitismo em crianças e osteomalácia em adultos”, afirma. Vale lembrar que a osteoporose diminui progressivamente a densidade óssea e aumenta o risco de fraturas. Além disso, níveis insuficientes deste nutriente podem contribuir para o aumento de doenças cardiovasculares, câncer de cólon e próstata, esclerose múltipla, diabetes, doenças inflamatórias intestinais, entre outras.

A vitamina D também ajuda a manter os níveis apropriados de fósforo na corrente sanguínea, estimulando a produção do mineral, que é de grande importância para a construção óssea de nosso corpo. Os ossos são constantemente remodelados pelo organismo durante toda a vida. Entretanto, com o envelhecimento natural as taxas de ruptura óssea tendem a aumentar. Com o tempo, a densidade óssea pode diminuir, e a osteoporose acaba sendo um problema de maior gravidade para esse grupo. A falta de vitamina D pode ser confirmada com um exame de sangue simples ou até com a saliva.

Sinais da falta da vitamina
• Retardo do crescimento nas crianças;
• Arqueamento das pernas na criança;
• Alargamento das extremidades dos ossos da perna e dos braços;
• Atraso no nascimento dos dentes do bebê e cáries desde muito cedo;
• Osteomalácia ou osteoporose em adultos;
• Fraqueza nos ossos, que os torna mais fáceis de quebrar, especialmente os ossos da coluna, quadril e pernas;
• Dor nos músculos;
• Sensação de fadiga, fraqueza e mal-estar;
• Dor nos ossos;
• Espasmos musculares.
• Excesso também é prejudicial

Atenção: excesso também pode ser prejudicial
Lembre-se da frase: “nada em excesso faz bem”. A vitamina D é armazenada em gordura. Portanto, se você é uma pessoa de porte mais reduzido, possui menos espaço disponível para armazenamento de vitamina D. Isso significa que ela entra diretamente em sua corrente sanguínea. Deste modo, a absorção de cálcio pode se elevar, criando uma situação tóxica para o organismo. As pesquisas atuais ainda não conseguiram esclarecer quais são os limites seguros para a ingestão de vitamina D. Em casos extremos, o excesso de vitamina causa insuficiência renal, calcificação dos tecidos em todo o corpo (inclusive nos vasos coronários e válvulas cardíacas), arritmias cardíacas e até mesmo a morte.

Segundo Tiago, durante a pandemia, informações inapropriadas levaram ao consumo indevido de altas doses de vitamina D com o suposto papel de estimular função imune, com aumento de intoxicações por esta vitamina. “A principal consequência do excesso é a elevação do nível de cálcio no sangue, chamada de hipercalcemia, que pode gerar alterações no sistema nervoso e possíveis consequências graves na função dos rins”, destaca.

foto: freepik

Suplementação é possível?
O endocrinologista Tiago Schuch relembra que existem diversos suplementos de vitamina D no mercado brasileiro. Mas, em geral, a suplementação é indicada para algumas populações de risco quando há deficiência, como idosos, pessoas com obesidade e gestantes. Também é indicada para crianças com raquitismo ou que raramente se expõem ao sol, como as que vivem em cidades em que faz muito frio e indivíduos com osteoporose e baixa quantidade dessa vitamina, independentemente da idade.

Alimentos fontes de vitamina D
A vitamina D pode ser obtida a partir do consumo de óleo de fígado de peixe, carnes e frutos do mar. Os fungos (cogumelos) podem ser uma boa fonte, pois necessitam dos raios UV do sol para sintetizar essa vitamina. No entanto, para que possam fornecer a vitamina D ao serem consumidos, é indicado que sejam colhidos ao sol e, por isso, uma boa opção é escolher os cogumelos de origem orgânica. Mas, atenção: naturalmente, as frutas não possuem vitamina D, no entanto existem alguns sucos pasteurizados que são fortificados com essa vitamina, como o suco de laranja.

Confira as principais fontes:
• Salmão
• Atum
• Sardinha
• Arenque
• Cogumelo
• Ovo
• Leite
• Queijo
• Ostra
• Alimentos fortificados com a vitamina
• Óleo de salmão ou de fígado
• Carnes (frango, peru, porco ou gado)

Últimas Notícias

Destaques