A Polícia Federal deflagrou nesta manhã de sexta-feira a Operação Carne Fraca, considerada a maior na história da corporação. O objetivo é desarticular organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. A operação detectou que as Superintendências Regionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais, em detrimento do interesse público.
Carne vencida, armazenada em temperaturas inadequadas, sem inspeção e com uso de produtos cancerígenos ou em excesso com objetivo de ocultar as características que deveriam impedir o consumo, e papelão misturado com frango. Essa é a conclusão a que chegou a investigação de quase dois anos da Polícia Federal. Na mira estão gigantes do setor de carnes no país, como a BRF Brasil, dona das marcas Sadia e Perdigão, e a JBS, dona da Friboi, Seara e Swift, entre outras marcas.
Silvana Schons, responsável pela Vigilância Sanitária em Montenegro, alerta os consumidores para características que podem revelar um produto estragado. Primeiramente, atenção com a coloração da carne. Além da visão, você deve usar também o olfato, verificando o cheiro do estabelecimento, que deve ter cheiro característico de açougue.
“Cuidado com a procedência. Porque o abate não adequado leva a problemas na carne. Ela pode ter a qualidade comprometida”, alerta a profissional. Silvana explica que as peças de carne chegam aos estabelecimentos com selos de inspeção e em alguns cortes o consumidor ainda pode verificar a presença deste carimbo. “E o principal: o estabelecimento deve ser regularizado. Porque esses passam por inspeções da Vigilância Sanitária”, afirma.