Vigilância nega surto de meningite nas escolas

Enfermeira responsável pelo setor de doenças epidemiológicas do município afirma que suspeitas não passam de boatos

A suspeita de que um jovem, de 16 anos, estudante do 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Pedro Steigleder poderia ter contraído meningite gerou preocupação entre pais de alunos. Relatos de que crianças frequentadoras de educandários de Educação Infantil, de Montenegro, também teriam apresentado sinais da doença despertaram ainda mais a curiosidade e atenção da comunidade escolar quanto ao fato. Contudo, a enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica, Kátia Kern de Jesus, nega que a cidade esteja enfrentando um surto de meningite e pede que a população se mantenha calma.

Kátia explica que, em casos suspeitos, o hospital comunica a Vigilância. A partir daí é colhido líquor, material usado para exames, do paciente e este é enviado para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen/RS). No caso do aluno da escola José Pedro Steigleder, não foi realizado este procedimento, porque segundo Kátia, a suspeita foi descartada logo no início da avaliação médica.
O Hospital Montenegro não quis se manifestar sobre o assunto. Por e-mail, a secretaria da casa de saúde informou que devido o código de ética médica, a Instituição não poderá fornecer informações.

Em relação aos comentários envolvendo as escolas de educação infantil, a enfermeira relata que apenas uma criança manifestou sinais que levaram à comunicação do caso. Porém, a vigilância não teve acesso ao laudo sobre a confirmação ou não da doença. De janeiro até a última semana do mês de novembro, deste ano, a vigilância foi comunicada sobre oito pacientes com suspeitas de meningite. Desse total, três foram confirmados, sendo que dois envolveram crianças e desenvolveram-se a partir de infecções mal tratadas. Um dos pacientes, menor de cinco anos, não freqüenta escola de educação infantil.

Até o momento, o número de casos comunicados ao setor é inferior aos registrados nos últimos dois anos. Em 2016 foram informados 12, dos quais seis se confirmaram. No ano anterior (2015), foram 10 suspeitas com cinco confirmações, todos causados por agentes de transmissão variados. A responsável pelo setor afirma que não há motivos para alerta ou pânico, pois dos casos comprovados nos últimos anos, nenhum foi causado pelo vírus meningococo, conhecido por ser altamente contagioso. Além disso, Kern ressalta que para se considerar surto, o diagnóstico da doença deve ser confirmado em no mínimo duas pessoas que residam próximas, como por exemplo, no mesmo bairro, em um curto período de tempo e com o mesmo agente causador.

Apesar de não haver alarde em relação aos casos diagnosticados como positivos, as secretarias da Saúde e Educação adotaram medidas preventivas. A orientação passada aos educadores é para que mantenham as salas bem arejadas e reforcem a higienização de objetos. O mesmo vale para as residências e ambientes com aglomerações de pessoas, reforça Kátia.

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