NÚMERO é sete vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023
Desde o início do ano passado a Vigilância em Saúde de Montenegro vem monitorando a presença do mosquito Aedes aegypti em diversos bairros da cidade usando 50 ovitrampas. A ferramenta possibilita saber onde as fêmeas estão colocando seus ovos, para assim direcionar as ações aos locais onde há mais focos. Através desse monitoramento, os agentes de endemias identificaram um aumento de mais de 700% no número de ovos do mosquito no município nas primeiras semanas de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os dados foram trazidos pela chefe da Vigilância em Saúde do Município, Beatriz Garcia, e a agente de combate a endemias, Janquieli Dutra, em entrevista ao programa Estúdio Ibiá dessa terça-feira, 23. Conforme Janquieli, em janeiro de 2023 houve a coleta de 103 ovos, já neste ano, no mesmo período, foram coletados 773 ovos do mosquito até o momento. “Nós temos encontrado muitas larvas do Aedes aegypti e isso nos deixa muito preocupados. Além disso, temos encontrado muitos depósitos nos pátios, como potes, garrafas pet e baldes, que são locais onde o mosquito pode colocar ovos com apenas 3 milímetros de água parada”, pontua a agente de endemias.
Segundo Beatriz, o município não possui a circulação do vírus da dengue no momento, mas a preocupação é com a volta do período das férias. “Esse é um período em que cada um viaja para um lado e pode alguém voltar com o vírus. Isso nos preocupa, porque a quantidade de focos é muito grande na cidade, o que aumenta a chance de propagação da doença”, enfatiza. A agente de combate a endemias Janquieli Dutra explica que o crescimento dos focos do mosquito está associado à grande quantidade de chuva que tem caído na região e ao calor, o que acaba diminuindo o tempo de eclosão dos ovos do mosquito.
Os agentes de endemias trabalham com um mapeamento dos bairros onde há maior número de focos do mosquito. Segundo Janquieli, o objetivo principal é a conscientização da comunidade sobre possíveis criadouros do Aedes aegypti, como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. No entanto, no caso de não cumprimento das orientações, pode haver a aplicação de multa. “A orientação é o primeiro passo sempre. Mas se voltarmos no local na segunda vez e o problema persistir, então é feita notificação para depois ser aplicada multa”, afirma.
Visando ampliar as ações de combate à dengue e demais endemias no Município, a Vigilância em Saúde planeja dobrar o número de armadilhas de ovitrampas neste ano. Beatriz afirma que serão contratados mais 10 agentes de endemias, duplicando o efetivo atual, o que irá possibilitar o aumento das regiões atendidas na cidade. “Estamos fazendo todos os esforços, mas precisamos da ajuda da comunidade deixando os nossos agentes de endemia entrar nos seus domicílios. Também pedimos que as pessoas que cuidem dos seus pátios. Com apenas 10 minutos por dia de limpeza você vai cuidar da sua saúda, da saúde da sua família e dos seus vizinhos”, conclui.
Focos do mosquito também foram encontrados em municípios da região
O aumento da presença do mosquito Aedes aegypti também preocupa em municípios da região. Em Brochier, houve aumento do foco de mosquitos em comparação com o mesmo período do ano passado, mas o município aguarda o resultado de análises laboratoriais para comprovação de que se trata do mosquito que transmite a dengue. O agente de campo Felipe Heissler destaca que em época de férias, quando as pessoas estão viajando, é comum haver a falta de cuidado nos pátios. “Estamos trabalhando com atividades educativas junto à população para reduzir os criadouros de mosquitos. Mesmo nas férias é preciso manter os cuidados, principalmente quem usa piscinas”, diz.
Já Maratá informou que o agente está afastado do serviço de campo, com isso não há dados disponíveis sobre focos do mosquito para uma comparação com o ano passado. “Não há o arbovírus da dengue circulando, mas existe a presença do mosquito vetor. Por isso, é importante manter todos os cuidados”, disse o município.
Em São José do Sul não foi encontrado nenhum foco do Aedes aegypti nos últimos três meses. Todos os focos encontrados acabaram se mostrando, após análise no Lacem, como sendo de pernilongo comum.
A reportagem também entrou em contato com a Prefeitura de Pareci Novo, mas até o fechamento dessa matéria não obteve retorno do Município.
Principais medidas para eliminar a formação de criadouros
– Manter as caixas-d’água bem fechadas;
– Lavar com água e sabão tonéis, galões ou depósitos de água e mantê-los bem fechados;
– Limpar e remover folhas das calhas deixando-as sempre limpas;
– Retirar água acumulada das lajes;
– Desentupir ralos e mantê-los fechados ou com telas;
– Colocar areia ou massa em cacos de vidro de muros;
– Lavar plantas que acumulam água como as bromélias duas vezes por semana;
– Preencher com serragem, cimento ou areia ocos das árvores e bambus;
– Evitar utilizar pratos nas plantas, se desejar mantê-los, colocar areia até a borda dos pratos de plantas ou xaxins;
– Tratar a água da piscina com cloro e limpá-la uma vez por semana;
– Retirar a água e lavar com sabão a bandeja externa da geladeira;
– Lavar bem o suporte para garrafões de água mineral a cada troca;
– Lavar vasilhas de animais com esponja ou bucha, sabão e água corrente, trocá-los uma vez por semana;
– Manter aquários para peixes limpos e tampados ou telados;
– Manter vasos sanitários limpos e deixar as tampas bem fechadas;
– Guardar garrafas vazias e baldes de cabeça para baixo;
– Jogar no lixo objetos que possam acumular água como: latas, tampas de garrafa, casca de ovo, copos descartáveis;
– Manter a lixeira sempre bem tampada e os sacos plásticos bem fechados;
– Fazer furos na parte inferior de lixeiras externas;
– Descartar ou encaminhar para reciclagem os pneus velhos ou furá-los e guardá-los secos e em locais cobertos.
– Use repelente