PREVISÃO é que fenômeno El Niño siga atuando até maio de 2024
O fenômeno El Niño, que se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, tem gerado alterações no clima em todo o Brasil. As regiões Norte e Nordeste sofrem com secas, enquanto o Sul é castigado por fortes chuvas. Para falar das consequências do El Niño e projetar como será o verão, o Estúdio Ibiá desta quinta-feira, 16, recebeu o meteorologista Gustavo Verardo, da BaroClima Meteorologia.
Segundo Gustavo, a primavera desde ano apresentou excepcionalidades em razão da ocorrência do fenômeno. “Quando a gente tem o El Niño atuando, principalmente nessa época do ano, temos eventos de chuva de intensidade forte e, infelizmente, muitos desastres, especialmente na região Sul”, explica. O meteorologista diz que o excesso de chuva nos últimos meses no Estado provocou a saturação do solo e dos lençóis freáticos, o que ocasiona o aumento do nível dos rios ainda mais rápido. “Todo esse sobe e desce dos rios, principalmente no Rio Caí, está relacionado com o El Niño de intensidade forte. Pelo menos desde a década de 1940 não era observado chuvas e eventos tão constantes como estão acontecendo neste ano”, pontua.
O pico do El Niño, de acordo com o meteorologista, será registrado em dezembro. A partir de janeiro, o fenômeno deve começa a perder força, mas seguirá atuando pelo menos até maio de 2024. Já o verão, segundo Gustavo, será caracterizado por tardes abafadas, umidade alta e risco de tempestades. “O que vai chamar mais atenção no Rio Grande do Sul não serão as temperaturas, mas sim o desconforto térmico. A gente pode ter alguns dias com máximas de 33° a 34°, porém com uma umidade em torno de 55%. Isso vai corresponder a um desconforto térmico de 43° a 44°, com abafamento. As pessoas vão sentir muito mais calor no corpo do que realmente marcam os termômetros”, afirma.
As altas temperaturas, associada à umidade alta, podem provocar tempestades de verão, principalmente nas tardes. “Essas condições induzem a formação de temporais. Então esse verão é um forte candidato a ter muitos estragos com temporais, causando enxurradas em curto período de tempo”, pontua Gustavo. Sobre a possibilidade de novas enchentes na região, o meteorologista diz que a probabilidade é maior de acontecer no verão ou no outono do próximo ano. Ele destaca que os prognósticos também servem de alerta para os órgãos governamentais estarem preparados para possíveis estragos que podem ser causados por fenômenos climáticos.