Vendedora conseguiu consulta, mas ainda falta o exame

Thassielli Soares, que descobriu um problema cardíaco aos 24 anos, aguarda ressonância pelo Estado

“Meu pai faleceu há 13 anos de problema cardíaco”. Com essa afirmação a vendedora Thassielli Soares, 24 anos, moradora do bairro Progresso, relatou à reportagem do Ibiá, ainda no início de maio, a recente descoberta de um problema cardíaco. Impossibilitada até de levar a filha à creche, na esquina de casa, na rua Tristão Fagundes, ela aguardava ansiosamente uma consulta no Instituto de Cardiologia, em Porto Alegre, além de uma ressonância especializada do coração, desde março deste ano.
A Secretaria Municipal de Saúde, responsável apenas por fazer a mediação dos processos, já que ambos são de caráter estadual, conseguiu a consulta para a sexta-feira passada, 19, com médico especializado, no Instituto, diante de solicitação de urgência do caso, conforme afirma Thassielli. Ela, no entanto, ainda aguarda a ressonância, que é indispensável, no seu caso, para a identificação exata do problema no coração.
A vida dela, nos últimos meses, está nas mãos da saúde pública, já que a todo instante sofre os males da doença que compromete sua capacidade cardíaca. Porém, renovando as esperanças, a vendedora relatou que após a veiculação da matéria pelo Jornal Ibiá, as portas começaram a se abrir para seu tratamento.
“No mesmo dia em que a reportagem saiu, em uma terça-feira, ligaram lá do Hospital Montenegro dizendo que haviam conseguido um encaixe com o cardiologista de plantão, porque tinham visto meu caso no jornal.
O médico era lá da capital e fez de tudo para eu conseguir realizar os exames. Também lá fiquei sabendo que a ressonância não é realizada no nosso município”, destaca.
Pessoas que nem conhecem, também mostraram solidariedade nas redes sociais e pessoalmente, conforme afirma o marido João Marcos Paz.

Apesar de tudo, destino incerto
Como uma das várias etapas que envolvem o processo, Thassielli conseguiu a consulta em um lugar especializado para doenças do coração e de lá saiu com uma certeza. Nos dias 5 e 6 de junho ela realizará um novo procedimento. “É um exame complementar, que é o mais próximo da ressonância que preciso. No dia 26 já sairá o resultado e saberei se há a necessidade de colocação de um marca-passo” explica.
A partir daí ela, que está afastada do trabalho pelo período de dois meses, hesita até em pensar. “Será um novo dilema. Eu conseguirei fazer essa a colocação do aparelho, caso necessário? Demorará ou não? O médico disse que o valor do marca-passo passa de R$ 100 mil”, relata.
Apesar disso, ela confirma que sentiu muita tranquilidade com a agilidade do atendimento. “Quando disseram que consegui pelo menos a consulta, fiquei muito aliviada. A insegurança de estar passando mal, sem saber o que realmente está acontecendo e com o plantão de atendimento cheio é horrível”, desabafa.

Secretário da Saúde reforça explicação
Luis Azeredo, secretário da Saúde de Montenegro reforça dizendo que exames de alta complexidade, como a ressonância, não são de competência municipal, e sim do Estado. A Secretaria apenas intermedia o processo. O prazo do Estado, conforme ele reafirma, é de dois a três meses. Luis ainda enfatiza que a ressonância de abdômen também não é oferecida pelo SUS.

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