Vendedores locais confirmam constatação da Associação Nacional do setor
Comparadas com 2016, as vendas no varejo de material de construção no ano passado cresceram 6%. O dado foi divulgado pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), que indicou o faturamento anual do setor no país como cerca de R$ 114,5 bilhões. O órgão prevê ainda que, neste ano, o avanço seja maior, com um crescimento de 8,5% influenciado pela redução da taxa de juros e o aumento do emprego.
Por aqui, os vendedores também sentem o bom momento no comércio. Para Andréia Führ Heydt, proprietária de um estabelecimento do ramo no bairro São Paulo, o movimento de clientes é motivo de comemoração. Ela estima, inclusive, que o crescimento tenha sido maior do que a média nacional dos 6%, por diversos fatores. “A gente sentiu as pessoas mais confiantes e animadas para comprar. Veio muito pessoal querendo ajeitar suas casas”, aponta.
Andréia conta que a loja organizou diversas promoções durante o ano e fez uma ampliação do seu espaço, atraindo a clientela. As compras feitas para reformas, e não para construções novas, prevalecem no local. “Tem muitas vendas pequenas, desse pessoal que guarda um dinheiro, daí vem comprar para trocar um forro ou trocar um piso”, ressalta. O tempo bom também impulsionou as obras no ano. “Não choveu tanto em 2017, foi um ano bem bom. A gente teve a infelicidade do temporal em outubro, mas, no geral, o tempo ajudou. Não dá pra construir com chuva.”
Em outro estabelecimento do ramo, este no bairro Santo Antônio, a constatação é a mesma. A gerente Claudia Monalisa Diefenbach conta que, na loja – que trabalha com outros itens além dos insumos para construção – é justamente o material que tem a maior procura. “É sempre o setor que está mais em crescimento”, afirma. Ali, os pisos e cerâmicas são os itens mais procurados. Claudia destaca os últimos meses do ano, com a liberação do 13º salário, como o período de maior aumento no índice de clientes.
Liberação do FGTS ajudou
Uma das medidas tomadas pelo governo federal para impulsionar a economia no ano passado foi a liberação do saque das contas inativas do FGTS. A medida teve efeito. “Se notou que, com a liberação, aumentaram as vendas. Muitas das compras eram para reformas”, aponta a gerente de loja Claudia Monalisa Diefenbach. A empresária Andréia Führ Heydt concorda: “muitas pessoas aproveitaram o dinheiro para fazer uma casinha nova, pintar ou reformar.”
Comércio de tintas cresceu
A Anamaco também divulgou sua análise das vendas separada por categorias de materiais de construção. De acordo com o levantamento, foram as tintas que apresentaram maior crescimento no mês de dezembro, com um acréscimo de 8% nas vendas. O cimento também cresceu, em 2%. Em contraponto, os revestimentos cerâmicos tiveram redução de 4% e as telhas de fibrocimento caíram 3%.