O corpo do comandante dos Bombeiros de Montenegro, tenente Glaiton Contreira, está sendo velado na sede do Corpo de Bombeiros de Rio Grande, cidade natal do militar. O sepultamento está previsto para 11h30min, no cemitério municipal da cidade.
Desde o início da manhã, familiares e colegas de farda prestam homenagens ao tenente. O tenente-coronel Maurício Ferro, comandante do 2º Batalhão dos Bombeiros Militares, destaca que o tenente Contreira deixa um legado de força, determinação e dedicação ao serviço de bombeiro militar. “Um profissional com mais de 30 anos de carreira, que poderia estar em casa, descansando, mas optou em permanecer conosco à frente do comando de dois pelotões importantes. Isso nos deixa a mensagem de que devemos seguir trabalhando pelo melhor por nossas comunidades”, observa o tenente-coronel.
Daniel Vieira da Silva, primo de Glaiton Contreira, ressalta características da personalidade do familiar. “Era uma pessoa maravilhosa, amiga, familiar exemplar. Mesmo morando fora, sempre nos procurava. Um profissional sempre contente com o trabalho. Jamais imaginamos que algo assim fosse acontecer com ele. Fica a saudade”, diz o primo.
Em Montenegro, a corporação presta homenagens à distância. O soldado Marcos Silveira escreveu um relato em nome dos demais colegas:
“Em nome de todos os irmãos de farda, me sinto na obrigação de homenagear este exemplo de profissional.
Nosso respeito por este eterno soldado do fogo ia muito além da antiguidade, forjado em 89, um ano que nos marcará como símbolo de Bombeiro Raiz! Apesar de estar na função de comandante, na maior parte de sua carreira ele viveu a tropa e as dificuldades de um combatente. Certamente foi um prazer enorme para todos aqueles que o tiveram como comandante, colega, amigo e professor.
Como pai, sabemos que era excepcional, falava com muito orgulho de seu pequeno filho! Lembro-me do meu primeiro serviço como soldado formado, fomos acionados para atender um incêndio em residência que após horas de combate, e gasto quatro caminhões de água, conseguimos controlar. Retornamos ao quartel e eu já muito cansado da ocorrência lembro que ele com um sorriso no rosto sentindo orgulho do nosso trabalho, chamou-nos a atenção e disse a seguinte frase: “Um corpo que não vibra é uma carcaça que se arrasta”.
Tenho a certeza de que para todo CBMRS foi uma grande perda, e em especial para nós da família CB Montenegro. A ficha demorará para cair, a sensação é de que logo que chegarmos ao trabalho encontraremos nosso comandante com um sorriso no rosto nos chamando de manga lisa despreparado.
Como diz aquela canção que cantávamos em nossa formação:
Se um dia o mundo acabar, ai meu Deus do céu como o bombeiro vai ralar, se bolas de fogo caírem do céu, moral de combatente pra apagar o fogaréu, e se mesmo assim acabar o mundo inteiro ao lado de Deus terá um trono pro Bombeiro!
Certamente Deus tem um lugar especial para este nobre irmão!
Soldado Silveira”