Vandalismo no Centro preocupa os comerciantes de Montenegro

Além de depredar prédios, os vândalos praticam furtos até mesmo de flores

Não é de hoje que ações de vândalos são observadas em vários bairros e, principalmente, no Centro de Montenegro. O vandalismo ocorre com maior frequênica aos finais de semana. Como resultado, nas manhãs de segunda-feira, é lixo espalhado, paredes arranhadas e pichadas, além de objetos quebrados, como floreiras, em frente a estabelecimentos comerciais. A situação desmotiva os empresários a investir mais na decoração em frente aos estabelecimentos. A Polícia diz que está de olho e que são realizadas diversas rondas noturnas no intuito de inibir esse tipo de ação.

Câmeras de segurança registraram o momento em que um grupo de pessoas se aproxima das floreiras de um supermercado na rua Ramiro Barcelos e furta as plantas dos recipientes. Em outros casos, também constatados nas principais vias do Centro de Montenegro, os atos de vandalismo são ainda mais graves. Na maioria deles as vítimas não registram ocorrência por acreditar que seria ineficaz.

O empresário Marcelo Silva, sócio em uma estabelecimento do setor de entretenimento, resolveu colocar vasos em frente ao estabelecimento para tornar o local mais belo e aprazível para os frequentadores. Mas o feito durou pouco. “A gente colocou dois vasos de concreto e plantamos uma árvore em cada um deles. Mas, infelizmente, numa noite, acredito que por volta das 4h da madrugada, três meninos passaram aí e chutaram até quebrar. Assim eles seguiram pela rua, chutaram um orelhão e quebraram tudo que podiam”, conta o empresário.

O delito foi capturado pelas câmeras do pub, mas os proprietários optaram em não registrar ocorrência. Em vez disso, irão repor o objeto danificado. “A gente acaba nem fazendo o registro porque não acontece nada. A gente vai colocar de novo. Infelizmente as pessoas usam os vasos de lixeiras, semanalmente passam chutando coisas. Alguns jovens não têm nenhuma noção de convívio social. Isso faz parte da cultura de algumas pessoas”, desabafa Marcelo.

O empresário revela que tinha planos de colocar bancos em frente ao prédio, não só como parte do paisagismo, mas para que os cidadãos, principalmente os idosos, pudessem descansar no local. Mas pelo que tem visto na cidade, mudou de ideia e não irá investir no projeto. “A gente tem que partir do ponto que é uma questão de cultura. As pessoas têm que mudar a mentalidade. Não adianta chamar a Polícia, é uma questão de cultura. O carro da Polícia pode passar de meia em meia hora, depois que passar eles fazem as ações”, conclui.

“A gente tenta melhorar a cidade, mas é difícil”
A estoquista Clarissa Seelig já foi vítima de vandalismo diversas vezes. Além de furtar as flores plantadas na frente da loja, tem gente que usa as floreiras como sanitários. “Várias vezes levaram algumas mudinhas, as pessoas urinam dentro dos vasos. Isso deixa a gente bem chateado. A gente tenta melhorar a cidade, mas é difícil”, comenta Clá, como é conhecida na cidade.

Para Clarissa, todos os moradores deveriam zelar pelo bem da cidade. “Se cada um fizer a sua parte para melhorar, a cidade vai ficar mais bonita. É uma questão coletiva”, acredita. A estoquista também acaba deixando o fato passar sem levar ao conhecimento da Polícia. “Acabamos substituindo o vaso e arrumando o que foi estragado”.

A administradora de empresa Laís Flores Pereira, conta que 15 dias após concluída uma ampla reforma no escritório ao qual trabalha, vândalos arranharam um dos painéis da empresa. “Eu creio que as pessoas façam isso sem pensar. Acho que elas não dão importância para as coisas, acho que é da natureza delas.” Laís conta que atos como esse já eram esperados, diante dos demais acontecimentos vistos nas proximidades do local. “Não sei se a presença constante da Polícia impediria eles de fazerem isso. Acho que quando não tem ninguém vendo, eles vão ali, fazem e pronto”, opina ela, sem ver solução.

A Brigada Militar, através subcomandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, major Iber Augusto Lesina Giordano, informa que não dá detalhes sobre o número de rondas realizadas, para não colocar os desordeiros em alerta. A orientação é para que as vítimas registrem os casos na Delegacia de Polícia. As imagens das câmeras de segurança têm importante papel na identificação dos autores de arruaças.

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