Vacina: o principal método para prevenção de doenças

Descobertas há mais de 200 anos, após cientistas perceberem a capacidade do corpo gerar anticorpos ao receber amostras de patógenos – como vírus, bactérias e alguns fungos -, as vacinas tiveram grande avanço no decorrer do tempo. Uma das provas da eficácia de seu uso é a possibilidade de erradicar doenças como a varíola. O último registro da enfermidade no mundo é de 1977, na Somália.

Dr. Paulo Gewehr, médico infectologista e coordenador do Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento

O Dr. Paulo Gewehr, médico infectologista e coordenador do Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento, relembra que a varíola era facilmente transmitida de uma pessoa para outra pela inalação de gotículas ou pelo contato direto com objetos contaminados. “Através das campanhas mundiais de vacinação contra a varíola, iniciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1959, foi a primeira doença considerada erradicada em 1980”, pontua Gewehr.

Sendo assim, as vacinas são medicamentos imunobiológicos que visam desenvolver a imunidade do organismo para se defender das doenças. “Ajudam na prevenção das doenças diminuindo o seu impacto nos indivíduos e na população. Ainda, diminuem o risco de contágio, transmissão, adoecimento, intensidade dos sintomas e utilização dos sistemas de saúde”, destaca o médico. “Os indivíduos não vacinados correm o risco de adoecerem e também de disseminarem a doença para outras pessoas, surgindo os surtos e epidemias na população”, alerta.

Por isso, o Programa Nacional de Imunizações do Brasil (PNI) tem avançado ano a ano para proporcionar melhor qualidade de vida à população com a prevenção de doenças. O Calendário Nacional de Vacinação do Brasil contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. Segundo o Ministério da Saúde, no total, são disponibilizadas na rotina de imunização 19 vacinas, cuja proteção inicia ainda nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida.

Atualização de vacinas e reforços são importantes para prevenção
As vacinas são responsáveis pela diminuição da mortalidade infantil, principalmente nos primeiros anos de vida, em que o seu sistema imunológico está em fase de desenvolvimento. Mas, adultos jamais devem deixar de fazer vacinas. Segundo Gewehr, a proteção imunobiológica para algumas doenças imunopreveníveis diminui com o passar do tempo, necessitando de reforços. Um fator fundamental é justamente a atualização das vacinas faltantes e os reforços. “Isso porque tanto adultos como idosos geralmente não fizeram todas as vacinas indicadas para as suas faixas etárias”, relembra o médico.

Imagens: freepik

Gewehr destaca que há principais doenças que podem ser prevenidas por vacinas no caso de recém-nascidos, crianças e adolescentes, mas também são importantíssimas na vida adulta. São elas: hepatite B, tuberculose, difteria, tétano, Haemophilus influenzae b, poliomielite, coqueluche, rotavírus, pneumonia e meningites bacterianas, gripe, febre amarela, hepatite A, sarampo, rubéola, caxumba, varicela, HPV, dengue, entre outras. O médico ainda destaca o Herpes Zoster, que é mais frequente em adultos acima dos 50 anos de idade.

Vale lembrar que ao nascer, a criança já recebe a dose da vacina BCG, que previne formas graves de tuberculose e a 1ª dose contra a Hepatite B. No primeiro mês de vida, recebe a 2ª dose contra a Hepatite B e a 1ª contra a poliomielite, que previne a paralisia infantil. Durante toda a infância, a criança deve receber ainda vacinas como a tetravalente, que previne difteria, tétano, coqueluche e meningite; contra a febre amarela e a SRC, que previne sarampo, rubéola e caxumba. Lembre-se: algumas são apresentadas em doses únicas, outras em duas doses e ainda há as que precisam de reforço, todas muito importantes para prevenir efetivamente as doenças.

Covid-19 e a vacinação
O primeiro caso confirmado de pessoa com o coronavírus no Brasil ocorreu em 26 de fevereiro de 2020. Desde então, já foram registrados mais de 30 milhões de casos no país. Apenas em janeiro de 2021 a vacina chegou ao Brasil, após aprovação do uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A vacinação confirmou-se eficaz para frear a contaminação e o surgimento de novas variantes do coronavírus, possibilitando, aos poucos, a volta do normal quando se trata de convívio social.

O médico infectologista Paulo Gewehr pontua que através da vacinação, foi possível diminuir o impacto da Covid-19, principalmente nos grupos de maior risco. “De qualquer forma, ainda é necessário manter a atenção na atualização do calendário vacinal. Sabemos que, após alguns meses, a proteção vacinal diminui, sendo necessários os reforços vacinais”, reitera.

O Instituto Butantan, que forneceu a Coronavac (primeira vacina disponível no Brasil) chegou a destacar, em nota, um ano após o início da vacinação, que “o imunizante demonstrou ampla efetividade nos vacinados e queda abrupta de hospitalizações e mortes, principalmente nos idosos”. Com o passar do tempo, foram disponibilizadas outras vacinas contra a doença.

Dados de quinta-feira, 15, mostram que no Rio Grande do Sul, 9.632.705 pessoas garantiram a 1° dose de alguma vacina contra o coronavírus; já a 2ª foi realizada por 8.664.037 pessoas. Quanto às doses de reforço, a 1ª foi feita por 4.632.694 pessoas e a 2ª, por 39.673.

Você sabe o que é a poliomielite?
Gewehr explica que a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil, é causada por um vírus que pode ser transmitido através da água e de alimentos contaminados, além de por contato com uma pessoa infectada. “Ocorre principalmente nas crianças, mas também acomete adultos e idosos, levando alguns casos à paralisia dos membros e dos músculos da respiração, o que pode causar a insuficiência respiratória.”, pontua.

Esta doença está em processo de erradicação. Segundo informações da cartilha de vacinação do Ministério Público, no continente americano, não há casos da doença desde 1991. Já no Brasil, não há registros há 34 anos. Contudo, é necessário que a vacinação na infância continue, já que pessoas de outros países, onde ainda há casos da doença, podem gerar uma nova onda de transmissão. A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite e é ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Febre amarela
Já a febre amarela é uma doença causada por um vírus transmitido através da picada de mosquitos, no ambiente silvestre e urbano, principalmente pelo Aedes aegypti. Gewher destaca que a doença pode levar ao óbito, principalmente os indivíduos dos grupos de maior risco. “Nos últimos anos, observamos que a área geográfica de circulação do vírus e dos casos vem se expandindo dentro do Brasil, chegando até nos grandes centros urbanos”, afirma.

Os casos leves podem ter febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Os mais graves podem desenvolver doenças cardíacas, hepáticas e renais fatais. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela e também é oferecida no SUS.

Gripe e sarampo: Campanha está aberta!
Com um público-alvo composto por 76,5 milhões de brasileiros, o Ministério da Saúde já iniciou a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza e Sarampo. Com o dia “D” marcado para 30 de abril, a vacinação acontece em duas etapas e os primeiros a serem vacinados serão os idosos acima de 60 anos e trabalhadores de saúde.

A Influenza (gripe) é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de elevada transmissibilidade. Ela ataca os pulmões, o nariz e a garganta principalmente de crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas ou imunidade baixa.

Já o Sarampo é uma doença infecto-contagiosa. A enfermidade é uma das principais responsáveis pela mortalidade infantil em países do Terceiro Mundo. No Brasil, devido às sucessivas campanhas de vacinação e programas de vigilância epidemiológica, a mortalidade não chega a 0,5%.

Esta era uma doença considerada erradicada no Brasil em 2016, mas retornou em 2018 pela reintrodução do vírus através de viajantes de países onde a doença ainda circulava. Desde lá, ocorreram casos anuais de Sarampo, mas, ocorreu uma redução importante de casos devido às medidas de prevenção contra à Covid-19 em 2020 e 2021. Somado a isso, tem-se uma queda importante da cobertura vacinal contra o sarampo nos últimos anos.

Em Montenegro, a Campanha está aberta com doses contra o Sarampo e Influenza para os dois grupos prioritários. De acordo com a chefe do setor de Imunizações, Nicole Ternes, dados mais recentes (de 4 a 8 de abril) mostram que foram aplicadas 841 doses de Influenza em profissionais da saúde e 1.740 em idosos. Já do Sarampo, foram aplicadas 17 doses em profissionais da saúde.

Locais e horários para vacinação
UBS Centro
Influenza: das 8h às 12h e das 13h às 17h
Covid-19 adulto: das 17h30min às 21h
Vacinas de rotina (incluindo Sarampo): das 7h30min às 18h30min

Secretaria Municipal de Saúde
Influenza: das 8h às 12h e das 13hs às 17h
Covid-19 adulto: das 8h às 12h e das 13h às 17h
Vacinas de rotina (incluindo Sarampo): das 7h30min às 17h30min

USF1
Influenza: das 8h às 12h e das 13h às 16h30min
Covid-19 Pediátrico: no turno da manhã por agendamento através dos números (51) 3632-0138 ou (51) 9 9828-3404
Vacinas de rotina (incluindo Sarampo): das 13h às 16h30min

USF3
Influenza: das 8h às 12h e das 13h às 16h30min
Covid-19 Pediátrico: no turno da manhã por agendamento através dos números (51) 3632-0138 ou (51) 9 9828-3404
Vacinas de rotina (incluindo Sarampo): das 8h às12h e das 13h às 16h30min

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