Imunização previne formas graves da tuberculose
Doses da vacina BCG estão em falta pelo Vale do Caí, incluindo Montenegro, cujas últimas doses que a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) recebeu do Estado tiveram a validade encerrada no dia 30, domingo. Por isso, desde esta segunda-feira, 1°, não são aplicadas imunizações deste tipo. O novo abastecimento está previsto para chegar até a primeira quinzena de julho, mas nenhuma data foi confirmada. A falta também afeta Pareci Novo e Brochier, que têm Montenegro como referência para a realização dessa vacina.
A vacina BCG está na rotina do calendário vacinal, e deve ser feita o mais rápido possível, nos primeiros dias de vida do bebê, podendo também ser aplicada até os 4 anos, 11 meses e 29 dias. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (SES/RS), o Ministério da Saúde entregará ao Rio Grande do Sul quantitativo da vacina BCG correspondente a 41% da cota mensal prevista para o Estado na rotina de distribuição do mês de junho.
Esse quantitativo diminuído pode causar uma nova falta da vacina nos municípios. “A orientação do Ministério da Saúde é que sejam otimizadas as doses e, por este motivo, poderá haver redução de dias da aplicação da vacina”, diz a enfermeira Nicole Ternes, responsável pelo setor de vacinação de Montenegro.
Segundo a SES/RS, as vacinas serão enviadas às Coordenadorias Regionais de Saúde – que farão a distribuição aos municípios – até a primeira quinzena de julho. “Estamos no aguardo da liberação das vacinas de julho, o que deve ocorrer essa semana ainda, para sabermos o quanto iremos receber e podermos traçar nossas estratégias”, fala Nicole. De acordo com a enfermeira, o frasco com 20 doses tem validade de apenas algumas horas após aberto e diluído, e essa redução de datas contribui para a diminuição do desperdício.
Em decorrência da falta da vacina BCG já ocorrido em ocasiões anteriores, foram reduzidos os dias de aplicação. Na UBS Centro, é nas quintas-feiras, das 9h às 15h. Na Secretaria da Saúde, nas segundas-feiras, das 13h às 17h30min e nas sextas, das 7h30min às 12h. Porém, Nicole Ternes avisa que, neste momento de contenção, a aplicação foi concentrada apenas na SMS.
Mais informações sobre os recebimentos e faltas de doses serão divulgadas nas salas de vacina e, também, pelas páginas em rede social das imunizações e da assessoria de comunicação.
Na maioria dos municípios da região, a situação se repete
Em São José do Sul, de acordo com a técnica em enfermagem Jurema Ribeiro, a situação quanto à BCG é tranquila. O Município recebeu a vacina em junho e, neste mês, deve retirar um novo lote. “Um frasco (da vacina) está bom para nós”, garante a servidora da secretaria municipal de Saúde, Saneamento e Assistência Social. De acordo com ela, apenas no mês de maio foi necessário enviar crianças para realizarem a imunização em São Pedro da Serra. Jurema salienta que a principal pendência do Estado é na disponibilização da vacina contra a paralisia infantil.
Em outras cidades do Vale do Caí a situação é a mesma de Montenegro. São Sebastião do Caí também está com as doses de BCG esgotadas desde o final da semana passada. “Essa semana o município deve receber um novo lote de vacinas, mas não se tem certeza se virá a BCG”, informou a assessoria de imprensa da prefeitura. A mesma informação é confirmada pelas secretarias da Saúde de Triunfo e Tupandi. Bom Princípio informou que não possui estoque para os próximos 15 dias, deixando de realizar este tipo de vacinação.
Conforme a prefeitura de Feliz, o município é outro sem o imunobiológico BCG em estoque. No entanto, a assessoria de imprensa informou que a administração municipal solicitou a reposição de rotina à 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Já a prefeitura de Salvador do Sul diz que, anteriormente, a vacina BCG chegava por livre demanda, o que não ocorre mais. Para evitar o desperdício de doses a Secretaria da Saúde realiza a aplicação da vacina em datas agendadas, em parceria com municípios vizinhos.
Saiba mais
A vacina BCG previne as formas graves da tuberculose, uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium bovis ou Bacilo de Koch. Ela ataca mais comumente os pulmões, mas pode também causar infecções nos ossos, rins e meninges.
A transmissão da tuberculose é de pessoa para pessoa, onde o doente expele pequenas gotas de saliva ao falar, espirrar ou tossir. Portanto, aglomerações devem ser evitadas até que a criança esteja imunizada.
*Colaboraram nesta reportagem André Rafael Herzer e Júlio Hanauer.