UTI do HM fica superlotada e leitos precisam ser improvisados

Saúde. Durante o último final de semana, 15 pacientes graves precisaram de ventilação mecânica.

O Hospital Montenegro, durante o final de semana, esteve com 15 pacientes em ventilação mecânica. Com a lotação dos dez leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), houve a necessidade da improvisação de mais cinco leitos na emergência. Para isso, foi preciso alugar aparelhos de uma empresa especialista nesta área e realocar equipes para o atendimento adequado.

No Inverno, o número de pacientes graves com doenças cardiovaslculares e infecções respiratórias aumenta. Neste ano, contudo, o problema foi ainda maior. “Hoje, mesmo que a gente loque equipamentos para fazer três UTIs e tivéssemos ‘recursos infinitos’, não teríamos onde colocar. Precisa de um espaço físico que hoje o hospital não tem. Estamos no máximo que a casa pode oferecer para esses cuidados”, destaca o diretor técnico da instituição, Jean Ernandorena.

Os números da instituição também escancaram outra realidade enfrentada no HM: o atendimento a pacientes não graves na emergência. Desde o início do ano, dos 19.034 atendimentos realizados, 10.672, totalizando 56,1%, poderiam ter ocorrido em outros locais. Em Montenegro, no Pronto Atendimento 24 horas (PA), implantado com esta finalidade, e nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Do total dos números, 9.207 foram de menor urgência e 1.465 sem urgência.

São quatro classificações de prioridade de atendimento e a ordem de atendimento depende do estado de saúde de cada um. Azul, sem urgência e atendimento conforme possibilidade; verde, urgência menor com condições de aguardar; amarelo, urgência maior e atendimento prioritário; e vermelho, emergência, risco de morte e atendimento imediato.

Se o caso não merecer mais atenção, pode levar horas, após a triagem, para o indivíduo ser chamado. Os médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas precisam priorizar quem mais necessita de ajuda. Se necessitarem dar atenção a quem menos precisa de auxílio, isso atrapalha o foco do trabalho dos pacientes em situação delicada. Além disso, quem for ao PA e precisar de atendimento especializado será encaminhado ao HM.

Ernandorena destaca não se tratar de má vontade para receber pacientes, pois há a necessidade de atender quem precisa de cuidados especiais. “Às vezes, os usuários não entendem. Pensam que não estamos fazendo nada atrás da porta”, lamenta.

O diretor administrativo do HM, Carlos Batista, reforça o pedido do diretor técnico, salientando a importância da parceria entre instituição e comunidade. “As pessoas têm o sistema na mão, é ofertado, mas a maioria delas não está utilizando corretamente”, frisa.

Onde buscar atendimento
Pronto Atendimento
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UBS Santos Reis
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