Em Montenegro, nos últimos três meses, 14 infrações foram registradas
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), em pesquisa recente, o uso de celular é a terceira maior causa de mortes no trânsito do país. Em números, isso significa cerca de 150 óbitos por dia e quase 54 mil por ano. Apesar destes resultados, os principais fatores de acidentes e óbitos continuam sendo o excesso de velocidade e o consumo de álcool pelos condutores.
Atenção, concentração e tempo de reação são influenciadas diretamente pelo uso do dispositivo. E os motoristas sabem disso. A montenegrina Raíssa Cardozo Ceresa, 23 anos, confessa que é uma condutora que usa o celular para ouvir música enquanto dirige, mesmo consciente dos riscos. “Tenho noção de que erro, pois troco muito frenquentemente de música. E, eventualmente, quando aparece uma mensagem no WhatsApp, eu não resisto à tentação em responder”, confessa.
A jovem, que possui Carteira Nacional de Habilitação há cinco anos, conta que seguidamente presencia outros condutores respondendo a mensagens, enquanto aguardam o semáforo abrir. “E deixando de prestar atenção. Eu sei que não é o correto e que não posso julgar, pois também faço. Porém, procuro não atender ao celular enquanto dirijo. E, se é muito importante, eu atendo no viva-voz para não ficar com o celular na orelha”, relata.
Ciente dos riscos trazidos pelo uso do aparelho na direção, Raíssa diz que ouviu em um programa de rádio que o álcool reduz a capacidade de reação motora em três segundos, enquanto o celular em sete. “Num acidente, isso é muito”, conclui.
Emanuela Gonçalves, 19, tirou a carteira quando completou os tão esperados 18 anos. A jovem afirma não fazer uso do celular enquanto dirige. A atitude, segundo ela, é fruto do medo de perder a concentração e acabar causando algum acidente. “Além de me machucar, eu estaria pondo em risco a vida de alguém que não tem nada a ver com a minha imprudência. Mas, obviamente, sempre têm pessoas sem noção do perigo, que se expõem e utilizam o celular mesmo assim”, pontua.
Infração e orientações
Segundo estatística trimestral do 5° Batalhão de Polícia Militar, foram registradas 14 infrações por uso de aparelho celular no trânsito na região. A maioria delas cometidas no mês de março, oito, seguidas de quatro em abril e duas no mês passado.
Enquadrada como gravíssima, dependendo da situação, a infração está prevista no artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro. No parágrafo único, caracteriza-se como gravíssima no caso de o condutor estar segurando ou manuseando telefone celular. (Parágrafo único incluído pela Lei n. 13.281/16, em vigor a partir de 01/11/16).
Já no inciso VI do artigo 252, o CTB institui como infração média, com multa, o uso de fones de ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular pelo condutor.
Para a segurança de todos, o 5° BPM orienta que motoristas sempre parem em local seguro, que não ofereça risco de acidente, para atender ou manusear o telefone.
SETE MOTIVOS PARA NÃO USAR O CELULAR ENQUANTO DIRIGE
Checar WhatsApp, mandar um SMS, atender a uma ligação ou atualizar o status das redes sociais pode parecer inofensivo, mas além da multa e da perda de pontos na carteira, os motoristas ainda podem se envolver em acidentes fatais e prejudicar também a vida de terceiros.
1 – Médicos, físicos e especialistas garantem que é impossível realizar diversas tarefas ao mesmo tempo. A capacidade cerebral humana limita-se a executar uma tarefa por vez, já que dirigir exige foco, atenção e nenhuma distração. Devido à necessidade de raciocínio rápido e reflexos imediatos, dirigir falando ao celular se torna inadmissível.
2 – As grandes empresas automotivas, cientes do alto risco de acidentes causados pelo uso indevido do celular, estão promovendo campanhas para que os motoristas não desviem a atenção da estrada e respeitem as leis de segurança do trânsito.
3 – Estudos apontam que 1 em cada 3 acidentes que acontecem no Brasil são devido ao uso incorreto do aparelho celular, ou seja, a melhor prevenção é o bom senso. Jamais deve-se admitir aos condutores falar ao telefone ou checar mensagens enquanto dirigem.
4 – Para se ter uma noção real das estatísticas, os acidentes causados por pessoas que trocam mensagens pelo celular no trânsito já ultrapassam os acidentes ocasionados pelo uso excessivo de álcool.
5 – Existem hoje diversas ações para conscientizar os motoristas dos riscos do uso de celular ao volante. Uma delas é a criação de aplicativos que bloqueiam as funções do aparelho móvel enquanto o condutor estiver com o veículo em movimento. Ao liberar o aplicativo, o motorista recebe então uma mensagem com as ligações recebidas para retornar.
6 – Ao usar o celular, o motorista perde a visão 360 graus possibilitada pelos retrovisores e vidros dianteiros, ficando com a visão limitada, o que pode aumentar drasticamente o número de colisões com outros veículos, muretas, postes e etc;
7 – Pense nos outros! Os acidentes geralmente envolvem terceiros. A irresponsabilidade de não cumprir com a lei pode acabar prejudicando pessoas que não têm nada a ver com a sua negligência ao volante.
