Assunto muitas vezes negligenciado, o uso de preservativos é uma das maiores orientações da área da saúde para pessoas sexualmente ativas. Entender a importância do uso, além do teor anticoncepcional, é essencial para tornar pessoas mais conscientes e responsáveis. A assistente social Ana Paula da Silva Martins e a enfermeira Zaira Motta da Rosa, ambas do Ambulatório de Infectologia IST/AIDS, Hepatites Virais e Tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde Montenegro, alertam para o assunto, que deve ser debatido durante o ano todo, todos os anos. É importante que as pessoas tenham cada vez mais noção de que o preservativo, popularmente conhecido como camisinha, é o único método que, além de prevenir a gravidez indesejada, previne Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s).
Ainda há resistência, principalmente por parte dos homens, para o uso correto da camisinha. Uma das maiores desculpas é o tamanho, em que alegam causar desconforto. Vale lembrar que o preservativo masculino tem tamanhos variados. “Acredita-se que muitos homens não saibam desse detalhe e por esse fato ainda tenham certas restrições em usar preservativo, por acharem que pode interferir no prazer do ato sexual”, explica Ana Paula.
Segundo as profissionais, a medida utilizada para determinar o tamanho é o diâmetro, que pode variar de 49mm a 58mm. Para saber o seu tamanho, o homem deverá experimentar como se fosse uma roupa ou sapato. “Sempre sugerimos que a pessoa faça a experiência antes da relação, até como forma de conhecer o seu corpo. Se o tamanho não estiver adequado, o homem vai sentir um desconforto na hora da relação ou até poderá cair durante o ato”, acrescenta Ana Paula.
Preservativo masculino é o mais utilizado
Não basta apenas fazer o uso do preservativo. É necessário utilizá-lo corretamente. Sendo assim, destacamos algumas ações que você deve e não deve fazer relacionado ao uso do preservativo. Você deve utilizá-lo toda fez que tiver qualquer tipo de relação sexual; ler a embalagem da camisinha e verificar a data de vencimento; assegurar que não haja rasgos e nem defeitos antes da utilização; guardar os preservativos em local fresco e seco; utilizar camisinhas de látex ou poliuretano e utilizar lubrificantes à base de água ou silicone para prevenir a ruptura. Você não deve guardar os preservativos na carteira, já que o calor e a fricção podem danificá-los; utilizar produtos à base de óleo, como óleo de bebê, loção, vaselina ou óleo de cozinha, pois causam a ruptura do preservativo; utilizar mais de uma camisinha por vez e reutilizá-lo. Lembre-se: use a camisinha desde o início da relação sexual e retire apenas ao fim da mesma.
Preservativo feminino também é eficaz
Bem menos utilizado e conhecido, o preservativo feminino também é uma forma eficaz para utilização durante as relações sexuais. A camisinha feminina é uma “bolsa” feita do plástico poliuretano, que é um material mais fino que o látex do preservativo masculino. Essa “bolsa” recebe o líquido que o homem libera na relação sexual, impedindo o contato direto dos espermatozóides com o canal vaginal e com o colo do útero da mulher. Assim, evita a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis, a transmissão do HIV, e previne a gravidez não planejada.
A camisinha feminina tem 15 centímetros de comprimento e oito de diâmetro, sendo bem mais larga que o preservativo masculino. Porém, tem maior lubrificação. Na extremidade fechada existe um anel flexível e móvel que serve de guia para a colocação da camisinha no fundo da vagina. A borda do outro extremo termina em outro anel flexível, que vai cobrir a vulva (parte externa da vagina). Segundo as especialistas Ana Paula e Zaira, a camisinha feminina, diferentemente da masculina, só possui em um tamanho e pode ser colocado até oito horas antes da relação sexual. Ele surgiu na década de 1980 e segue disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2000. Utilize o preservativo para sexo oral e vaginal.
Evite as Infecções Sexualmente Transmissíveis
As Infecções Sexualmente Transmissíveis são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.
Segundo a assistente social Ana Paula da Silva Martins, as IST’s de notificação compulsória são HIV, Hepatites B e C e Sífilis. Mas, lembre-se: existem outras como HPV, gonorreia, clamídia e herpes genital, por exemplo. Ana Paula afirma que nos últimos anos, a área da saúde em Montenegro se preocupa com a evolução de transmissibilidade da Sífilis no município, com muita resistência da população masculina ao tratamento. “É importante destacar que algumas infecções têm tratamento e cura como a Sífilis e outras não, como o HIV. No caso da Sífilis se o tratamento não for cumprido corretamente ou tiver abandono o quadro pode evoluir trazendo sequelas irreversíveis a pessoa”, afirma.
Como utilizar?
Para colocar a camisinha feminina encontre uma posição confortável. Pode ser em pé com um pé em cima de uma cadeira, sentada com os joelhos afastados, agachada ou deitada;
Segure a camisinha com o anel externo pendurado para baixo;
Aperte o anel interno e introduza na vagina. Com o dedo indicador, empurre a camisinha o mais fundo possível (a camisinha deve cobrir o colo do útero);
O anel externo deve ficar uns três centímetros para fora da vagina. Não estranhe, pois essa parte que fica para fora serve para aumentar a proteção (durante a penetração, pênis e vagina se alargam e a camisinha se ajusta melhor);
Até que você e o seu parceiro tenham segurança, guie o pênis dele com a sua mão para dentro da sua vagina.
Com o vaivém do pênis, é normal que a camisinha se movimente. Se você sentir que o anel externo está sendo puxado para dentro, segure-o ou coloque mais lubrificante;
Terminada a relação, retire a camisinha apertando o anel externo. Torça a extremidade externa da bolsa para garantir a manutenção do esperma no interior da camisinha e puxe-a para fora delicadamente.