Vapor Velho. Grupo já tem desenho, e agora precisa de recursos para monumento
O segundo importante passo para eternizar o evento e a memória das vítimas do Combate de Vapor Velho foi dado. Na semana passada os organizadores da ação anunciaram que o artista Daniel “Vêrsa” Vercelhese finalizou a arte para o monumento que será erguido na comunidade do interior de Montenegro. Também foi definido que ficará no terreno público da extinta escola, em frente à Capela Cristo Rei.
Foi no templo que a reportagem do Ibiá conversou com os moradores Claudio Vargas, 62 anos; Armin Laux, 80; Carlos Barreto, 66, bisneto do capitão maragato Augusto Dionisio; e a vereadora Josi Paz (PSB), mas que define que participa do grupo como cidadã nascida no Vapor Velho. O grupo informou que agora inicia o processo de captação de recursos para construção do monumento, e o contato com um escultor que deseje colocar seu nome nesta peça histórica.
Entre as lideranças há um senso comum: a importância de preservar este capítulo da história de Montenegro que está inserido em um dos momentos políticos mais marcantes do Rio Grande do Sul. Barreto salienta que o entrechoque foi um dos muitos ocorridos na Revolução de 23, motivada pela 5ª eleição do governador Borges de Medeiros e na qual teria sido detectada fraude eleitoral. O governador era apoiado pelos Ximangos – lenços brancos – enquanto o embaixador Assis Brasil liderava a oposição dos Maragatos – lenços vermelhos.
Josi Paz destaca que a intenção é que o monumento esteja pronto, no máximo, até os 100 anos do combate (8 de julho de 2023). Para isso, iniciam uma campanha de sensibilização dos cidadãos e empresas para que contribuam no projeto, inclusive com doação de material de construção. Outro projeto é reunir relíquias da época, mais especificamente relacionadas à batalha, para montar um memorial. “No futuro, não tenho a menor dúvida, isso aqui será uma rota turística”, completou Barreto.
Quem quiser fazer uma doação pode procurar João Heitor pelo 99989-9674.
Memória dos descendentes de heróis Maragatos de Vapor Velho
Aos 84 anos, a senhora Edeltraut Biehl Maurer ainda recorda das histórias que lhe contavam. Recordações da filha de um dos líderes no confronto de Vapor Velho, o capitão maragato João Carlos Biehl; além de seu tio Gustavo Biehl. Mas é o neto do guerreiro, André Adolfo Maurer que conta os fatos, iniciando pela posição de fiscal eleitoral de João Carlos.
Foi neste cargo, durante o pleito estadual, que o montenegrino deu voz de prisão a um sargento da Brigada Militar (BM) que teria votado em diversas sessões pela região. Dois dias depois, em represália, um destacamento da corporação desembarcou na estação de trem de Santos Reis e marchou para Vapor Velho para prender Biehl.
Maurer afirma que eram nove homens, a maioria de Santos Reis, que armou uma emboscada na estrada, junto a uma taipa de pedras na propriedade da família, terras que hoje pertencem hoje à família Kranz. A bravura de todos e o estrategismo do capitão Biehl selaram a supremacia maragata em Montenegro. “Ninguém ganhou, ninguém perdeu”, conclui André.
A História
Leia matéria do Jornal Ibiá de outubro de 2018 a respeito do Combate