em>Santos Reis. Rede que virou referência de organização está em melhorias
Talvez o povo da cidade não saiba, mas, no interior, a água provém de poços artesianos e chega nas casas graças a atitude coletiva dos moradores. Na comunidade de Santos Reis, zona rural de Montenegro, a Associação de Integração Santos Reis tem 22 anos de experiência tão bem sucedidos que servem de referência para outras comunidades do campo.
E tudo acontece através do trabalho voluntário, como de seu atual presidente, Eliseu Aloísio da Rocha, o “Lico”. A missão de garantir água fresca e potável requer abnegação; e somente quando faz conserto de rompimento na rede ou ligação de novo ramal Lico cobra uma taxa pelo seu trabalho e tempo dedicado (além do material usado). A Associação cresceu e hoje soma 200 ramais (casas) ligadas à rede, o que permite um cálculo aproximado de quase 1.000 cidadãos com água em casa.
“Antes era poço em casa. Cada um com o seu”, recorda Lico. O abastecimento é feito por dois poços artesianos: um junto à estrada geral de Santos Reis, com 120 metros de profundidade; e o mais novo, cavado em 2015 com 100m de profundidade, localizado na divisa com a comunidade vizinha de Macega. Cada um possui três reservatórios de 20.000 litros cada (60.000 no total).
E também a existência dos poços é uma ação solidária, com a doação do local (ao Município) feita por moradores. A primeira perfuração, assim como os reservatórios, estão sobre as terras do agricultor Alceu Henz; enquanto a segunda base de captação foi doada por Loni Henz. Toda essa união cidadã resultou em visível melhoria na qualidade de vida. “Nossa! A gente tem agora uma água limpa, de qualidade”, salienta Lico.
Constituição atual da Associação
Presidente – Eliseu Aloísio da Rocha
Vice-presidente – Pedro Valdemar Ulrich
Tesoureiro – Dângelo Rhoden
Vice-tesoureiro – Ricardo Renato Weber
Secretário – Gerson Luis Silveira Stiehl
Vice-secretário – Ademar Alvicio Henz
Água é purificada com cloro
A purificação com cloro é feita através de um sistema automatizado mantido pela empresa Edef Soluções em Abastecimento, de Estrela. Lico explica que as caixas d’água são equipadas com sensores em bóias, que através de sinal de rádio liga e desliga a bomba de captação. Quando isso acontece, é acionado também o dosador de cloro. A vazão dos poços é de, aproximadamente, 4.000 litros/hora.
Cada casa tem seu relógio hidrômetro e a mesma empresa faz a verificação de consumo e emite a conta. O prazo para pagamento é de 30 dias e taxa fixa de manutenção R$ 20,00; com isenção para posto de saúde, igrejas, cemitérios, sociedade e escola (até 15.000 litros). “O dinheiro arrecadado é para as despesas (luz, manutenção e contrato da Edef), e a sobra a gente sempre está investindo”, revela Lico.
Atualmente, a melhoria é na tubulação, com substituição gradual dos canos de PVC por canos de PAD (azuis), que são mais resistentes a impactos e ao peso. Inclusive, o projeto será aproveitado para retirar a rede que ficou sob o asfalto, impedindo a ligação de novos ramais, passando então para a lateral da estrada geral.