Inclusão social. Olimpíada estimula estudantes a vencerem limites e mostrarem capacidades na hora de competir
Alegria, gargalhadas, vibração e muito carinho. Assim foi a manhã da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) ontem. A gincana, que integra a programação da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, mobilizou as crianças, professores e funcionários do educandário e mostrou, mais uma vez, porque esta é uma escola “apaexonante”.
Logo que chegaram ao ginásio, as crianças foram para as salas decidir os nomes das equipes, confeccionar as bandeiras e escolher seus gritos de guerra. Surgiram dois grupos: “Olha a explosão” e “Força e honra”. Segundo Eduardo Pereira, professor de Educação Física, a intenção foi mesclar as turmas, com o objetivo de não ficarem os maiores num grupo só. Conscientes das limitações dos alunos, ele e Tatiane Tomaz explicam que as brincadeiras foram pensadas de acordo com a possibilidade de execução. “Tentamos fazer de tudo um pouco, para que todos participassem”, reforça Tatiane.
A gincana é bem tradicional na escola, a tal ponto que os alunos a aguardam ansiosamente. E eles sempre mostram a que vieram. “A participação deles supera nossas expectativas. Sabemos que nem todos podem estar juntos em todas as tarefas devido às deficiências particulares, mas isso não os impede de colocar um sorriso no rosto”, reforça a diretora da instituição, Naia Sehn. O incentivo e o estímulo às crianças, segundo Naia, é o fator de maior importância para que ocorra a integração dos alunos. “Eles têm muita capacidade e temos que trabalhar e estimulá-los. Assim se tem o resultado que, todos os anos, é muita alegria e descontração”, diz, satisfeita.
No ginásio, teve a brincadeira da batata quente, que consistia na passagem de uma bola de mão em mão, enquanto uma música tocava. Quando interrompida, quem estivesse com o objeto estava fora. As provas de dança da cadeira e bola na boca do palhaço também desafiaram as equipes. Quem conquistou a vitória foi a equipe “Olha a explosão”, que ganhou um troféu.
Mesmo entre amigos, a intenção era vencer
A competição não impediu que as crianças apaeanas demonstrassem seus sentimentos através de abraços e palavras de carinho. A escola é, de fato, um local de diversão para muitos alunos, como Cristiano Dornelles, de 28 anos. Colecionador de 25 medalhas, “cantor de chuveiro” e jogador de futebol com o Dudu, apelido dado ao professor Eduardo, ele diz que a missão de ontem era bem clara: torcer com a equipe, ajudar os outros e ganhar a próxima medalha.