Comunidade se mobiliza em busca de solução definitiva para defeitos da RS
Os 23 quilômetros da ERS-411 desde o trevo com a RSC-287 até o pórtico de entrada de Maratá são marcados por diversos problemas. Não são apenas os desníveis e buracos que causam preocupação. A falta de sinalização e de acostamento também. Junta-se a isso a neblina que ocorre com frequência em alguns trechos da rodovia e a imprudência de motoristas e tem-se uma estrada na qual vidas são colocadas em risco e, infelizmente, também perdidas.
Moradora da localidade de Costa da Serra, que é cortada pela rodovia, a funcionária pública Graciela dos Santos de Souza revela que a falta de estrutura e de segurança na via entraram de vez na pauta da comunidade. Através de um grupo de WhatsApp, inicialmente criado para tratar sobre a insegurança da localidade, iniciou-se uma mobilização dos moradores. “A situação é preocupante e já passou do limite”, garantiu.
Segundo ela, há o plano de realizar um abaixo assinado reivindicando melhorias. O documento, que ainda será montado, deverá ser enviado ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Graciela reforçou que a comunidade não quer apenas a realização de operações tapa-buracos, como uma que aconteceu ontem no trecho entre Montenegro e Brochier, mas uma revitalização do asfalto. Inclusive, o grupo de moradores defende a instalação de controladores de velocidades ou de quebra-molas nas proximidades da Escola Pedro João Müller.
Para o empresário Fernando Reidel, falta apoio político para que as demandas da comunidade de Costa da Serra sejam ouvidas. E ele não se refere exclusivamente à situação da ERS-411, mas também à falta de rede trifásica na localidade. Proprietário de um posto de gasolina às margens da rodovia, ele destaca que todo mundo reclama da estrada, especialmente da falta de sinalização. Inclusive, Reidel entrou em contato com o Daer para buscar uma solução.
De um amigo que trabalha na autarquia, Fernando ouviu que é necessário fazer uma proposta detalhada de instalação de quebra-molas, com levantamento do número de acidentes e com um projeto assinado por um responsável técnico. “Os buracos eles tapam, mas consertos maiores exigem projeto”, coloca o empresário.
Risco a pedestres e motoristas
Por natureza, o horário da saída de escolas tende a ser tumultuado, com alunos finalmente podendo gastar um pouco da energia não utilizada durante as aulas. Porém, na EMEF Pedro João Müller, este momento é de muita precaução. De acordo com a diretora Andréia Machado da Silva, dos 350 alunos são poucos os que vão a pé para casa. Mesmo assim, eles são orientados a cuidar no trajeto até suas residências. Pela falta de acostamento, a dica é que andem bem no cantinho da rodovia. “97% dos alunos têm transporte escolar em razão desse perigo”, afirmou a diretora.
Andréia destacou ainda que os horários de saída das aulas são sempre monitorados e que os motoristas estão sempre atentos, já que, mesmo com placas e redutores de velocidade, veículos passam por ali em alta velocidade. De acordo com ela, às vezes, a escola até mesmo deixa de fazer atividades pela comunidade em razão dos perigos representados pela ERS-411.
Não são apenas os pedestres que se veem ameaçados. Motorista de caminhão, Felipe Nunes trafega na ERS-411 ao menos uma vez por semana. Na opinião dele, a estrada é bem sinalizada e conservada até a entrada do Balneário La Toma. “Dali em diante, tem buraqueira”, resume. Guiando seu caminhão por outras vias do Estado, Felipe comentou que as estradas atendidas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) estão melhor conservadas do que aquelas que seguem sob responsabilidade do Daer.
O motorista já chegou ao ponto de precisar parar o seu caminhão no meio da pista. “Antes parar do que arriscar ‘tirar um fino’ e pegar os dois”, afirmou, lembrando que a situação se deu quando um ciclista trafegava no mesmo sentido que ele e carros vieram da direção oposta. Felipe criticou ainda a falta de acostamento na rodovia e apontou que muitos carros desviam dos buracos invadindo a contramão, o que pode ocasionar sérios acidentes.
Daer promete intervenções ainda este ano
Questionado pelo Ibiá, o Daer, via assessoria de imprensa, informou que são realizadas periodicamente ações de manutenção asfálticas em toda a malha viária, incluindo aí a ERS-411. Inclusive, ontem uma equipe realizou uma operação tapa-buraco na rodovia. A autarquia informou ainda que intervenções efetivas devem ser realizadas ainda neste ano por meio do contrato de conserva, assinado com a empresa Giovanella. “Elas incluem restauração da pista, drenagem e roçada. Após a conclusão dessas atividades, ocorrerá a sinalização horizontal e vertical, a ser realizada por meio da empresa Sinarodo”, destacou.
O Daer informou ainda que, até o momento, não há previsão de instalação de controladores na ERS-411. Em relação à falta de acostamento, a autarquia disse que a rodovia obedeceu ao projeto elaborado na época. A nota salientou que alguns projetos dão prioridade ao pavimento asfáltico e, no caso da ERS-411, a intervenção seria muito agressiva ao meio ambiente em alguns pontos. “Cabe ressaltar que, com o transcorrer do tempo, melhorias e adaptações vão sendo realizadas. Porém, neste momento, não está prevista a construção de acostamentos na rodovia”, observou o órgão.
Ontem, os prefeitos de Maratá, Fernando Schrammel, e de Brochier, Clauro Josir de Carvalo, se encontraram com o representante da Superintendência Regional de Lajeado do Daer, Sadi Marques, em Maratá para tratar sobre melhorias na ERS-411.
“Nós reforçamos o pedido para que as melhorias sejam feitas o quanto antes, pois há uma preocupação muito grande devido aos acidentes que vêm sendpo registrados”, destacou Clauro.