Um cruzamento que exige bastante paciência

Sistema do semáforo da rua João Pessoa com a Osvaldo Aranha incomoda condutores por reter demais o tráfego

Congestionamento, demora, fluxo interrompido e irritação. Alguns condutores montenegrinos que trafegam pela rua João Pessoa na altura do cruzamento com a rua Osvaldo Aranha, principalmente em horário de pico conhecem, na prática, esses sinônimos e relatam sua insatisfação à reportagem do Ibiá. O problema, segundo eles, é o breve tempo de abertura nos semáforos de uma das vias centrais da cidade, que prejudica a fluidez do trânsito.

Até mesmo em horários de menos tráfego, como pela manhã, pequenos engarrafamentos já se formam a cada abertura e fechamento de sinal. Motoristas reclamam que o fato não é isolado, porque ocorre em outros períodos do dia. No semáforo da João Pessoa, sentido beira do rio, o sinal fica aberto por 17 segundos e 55 segundos no vermelho. Já na Osvaldo Aranha, sentido Ramiro Barcelos, 22 segundos aberta e 50 fechada, permitindo o trânsito médio de quatro veículos por tempo, dependendo do porte de cada um deles.

A caminho do trabalho ou de casa, condutoras como Mariana Wilhelm, 21 anos, reclamam do sistema de sinalização. Em horários de pico, diz ela, o cruzamento acumula muitos veículos. “As sinaleiras ficam muito mais tempo fechadas e pouco abertas. Os motoristas não têm para onde ir e acabam parando no meio do cruzamento trancando, assim, todos os outros veículos”, lamenta.

Para Taís Mello, os tempos das sinaleiras da Osvaldo Aranha com a João Pessoa são muito breves

Segundo ela, esse ciclo é curto principalmente por tratar-se dos tempos de três semáforos entre as esquinas. Evitar passar pelo trecho ao meio-dia ou no final da tarde também é uma alternativa utilizada por pessoas como Monique de Almeida, 26 anos. “Para falar a verdade, eu já evito ir ao centro em horário de pico”, destaca. Mas mesmo se prevenindo das tranqueiras, a comerciante afirma que as sinaleiras deveriam ter tempo aberto mais longo naquele trecho. “Porque são muitos carros trafegando”, afirma.

Taís Mello, 22 anos, trabalha em um laboratório no Hospital Montenegro 100% SUS e passa regularmente pela esquina da João Pessoa com a rua Osvaldo Aranha, tanto de carro quanto a pé. “No meu conceito, o tempo das sinaleiras é muito curto. Além de ter três tempos diferentes, todos esses pontos têm uma finalidade: esperar. Falo isso tanto como pedestre quanto condutora. Não temos muito tempo para atravessar a rua na faixa de pedestre e, quando estou de carro, as filas ficam imensas. Até que se consegue sair de lá, o semáforo já abriu umas três ou quatro vezes”, critica.

Sistema é obsoleto na João Pessoa, avalia o diretor de Transporte e Trânsito
“A rua João Pessoa, hoje, é de três tempos por causa da conversão de quem desce pela rodoviária no sentido beira do rio, que é um tempo. Outro tempo é para quem sobe a João Pessoa no sentido da rodoviária, e o terceiro é para quem desce a Osvaldo Aranha, porque ela é mão única”, explica o diretor de Transporte e Trânsito da Prefeitura de Montenegro, Alex Sandro da Silva.

A questão de tempo de abertura dos semáforos, de acordo com Alex, não deve ser analisada apenas em questões de horário de pico, pois têm uma abrangência mais complexa de funcionamento. “A sinaleira da João Pessoa era mais bem sincronizada, mas as pessoas vão lembrar que um caminhão bateu ali e arrancou a controladora há algum tempo. Deu pane e queimou, ocasionando um prejuízo de mais de R$ 15 mil. Esse sistema inteligente perdido não foi devolvido àquela esquina. Já em toda a rua Osvaldo Aranha há um software inteligente ligando uma sinaleira à outra”, enfatiza.

DEFICIÊNCIA: diretor de Transporte e Trânsito explica que um caminhão arrancou a controladora no cruzamento

A interligação, conforme o diretor de Trânsito, é aplicada entre as ruas João Pessoa, Ramiro Barcelos, Capitão Cruz e Capitão Porfírio para que os semáforos abram em sequência. “Se eu modificá-la, posso acabar alterando todos os sistemas das demais, porque mesmo involuntariamente a João Pessoa está ligada às outras três que seguem a Osvaldo Aranha. Se eu mexer um segundo nela, eu posso terminar lá na Capitão Porfírio com 10 a 15 segundos de diferença, o que é muito grande”, destaca.

Como o maior fluxo de trânsito é na Osvaldo Aranha, segundo contagem de tráfego realizada pelo Município, Alex salienta que então a prioridade é essa via. “Hoje estamos encaminhando registros de preços, em trâmite burocrático, porque terminaram os materiais de trabalho. Já está saindo um registro de valor novo para posteriormente podermos adquiri-los. A ideia futura de modernização, de médio a longo prazo, é que todas as ruas sejam sincronizadas em seus semáforos”, pontua o responsável.

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