Último domingo de janeiro marca dia de combate e prevenção à hanseníase

O último domingo de janeiro é o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, uma doença infecciosa, contagiosa, não hereditária e que tem cura. O tratamento precoce é a melhor maneira de acabar com a transmissão e é realizado de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Antes conhecida como lepra, a doença é transmitida por vias aéreas (fala, tosse ou espirro) por uma pessoa doente, sem tratamento. Em razão da data, o mês é chamado Janeiro Roxo, para atrair a atenção para a prevenção e tratamento.

Em 2019, no Rio Grande do Sul foram notificados 122 novos casos. “A estratégia de busca ativa de casos, com avaliação anual de contatos próximos durante cinco anos consecutivos, deve ser implantada”, informa Márcia Lira, coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase (PECH). O estado registra atualmente a maior taxa de busca ativa: 18% superior à taxa nacional. Estão em tratamento no Estado 147 pacientes.

Preconceito e isolamento

A hanseníase é uma doença que já causou muito sofrimento no passado. Vítimas de preconceito, seus portadores eram obrigados a viver em isolamento social para evitar contágio. “Hoje a internação não é mais compulsória, o tratamento é ambulatorial”, acrescenta. “Mas ainda temos pacientes que vivem no Hospital Colônia Itapuã (HCI), egressos deste período de internação compulsória.”

O HCI foi inaugurado em 1941 com o objetivo de receber pacientes hansenianos para viverem em isolamento. Foi concebido como uma minicidade, autossuficiente, tendo inclusive moeda própria para o dinheiro não contaminar ao circular entre a população fora do local.

“Quando a cura chegou e a internação deixou de ser compulsória, muitas pessoas foram viver fora do hospital. Porém, acabaram voltando, por perceberem que, fora dos muros, não havia nada para eles. Perderam seus laços e ainda havia muito preconceito por sua condição”, lembra a coordenadora. “Lá se sentiam acolhidos, protegidos, cuidados e poderiam ficar até o final de suas vidas.”

Hoje permanecem 16 hansenianos vivendo no HCI. Mas já chegou a abrigar cerca de mil residentes. A instituição tem um memorial que abrange toda a história da hanseníase no Estado.

Saiba mais

Hanseníase: é uma doença crônica, infecciosa, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. É causada pela bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen.

Sintomas: manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo; dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas nos braços e pernas; área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormência, diminuição de sensibilidade ao toque, calor ou dor); inchaço de pés e mãos; úlceras de pernas e pés; caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos; febre, edemas e dor nas articulações; entupimento, sangramento, feridas; ressecamento do nariz; e ressecamento nos olhos

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