A história de Montenegro está totalmente ligada ao turismo, seja pela localização do município, pelo povo acolhedor ou pelas atrações que o município sempre teve, mas que ficaram “esquecidas” pela população por um tempo. Inclusive, engana-se quem pensa que as opções turísticas na cidade se restringem ao Morro São João e ao Porto das Laranjeiras, às margens do Rio Caí. Opções não faltam nesse sentido, principalmente quando o desenvolvimento turístico se une ao meio ambiente.
A região central do município, naturalmente, tem maior atenção da população. No entanto, o interior montenegrino oferece grandes atrações e possui diferentes alternativas para serem desbravadas. Na localidade de Fortaleza, por exemplo, pelo menos três propriedades, com enfoque no meio ambiente, se destacam: o grupo Planta Nativa, o Orquidário Moreira e a Cabana do Riacho, que integram a Rota Fortaleza.
Coordenado por Graciela Santos e seu marido Éder Müller, o grupo Planta Nativa trabalha exclusivamente com cursos voltados à questão sustentável da propriedade, que possui um canteiro biodigestor e um sistema de aproveitamento das águas cinzas e águas lavadas da casa. “O foco é no turismo do conhecimento. É uma atividade onde a pessoa está conhecendo e aprendendo um novo sistema de produção, até para fazer algo semelhante em sua casa, em sua propriedade, no seu quintal”, comenta a proprietária Graciela.
No momento, em virtude da pandemia, o curso ‘Saúde que pode ser Colhida’ e a visitação ao local estão suspensos. O grupo pretende retomar as atividades em março de 2022. Nos cursos, que iniciam pela manhã e se estendem até o final da tarde, as pessoas têm a oportunidade de conhecer a propriedade e as plantas alimentícias não convencionais (PANC), as ervas daninhas, no quintal. Durante o curso, é feita a colheita de alguma PANC e o grupo prepara um alimento junto com uma nutricionista, que acompanha a atividade e explica as características e os benefícios de cada planta.
Também localizado na Fortaleza, a Cabana do Riacho é outra atração convidativa para quem gosta de tranquilidade e contato com a natureza. Inclusive, os visitantes podem caminhar no riacho e fazer piquenique no entorno do local. Ainda na localidade de Fortaleza, o Orquidário Moreira respira natureza e encanta pela sua beleza.
Outra atração turística que faz parte da Rota Fortaleza em Montenegro é o Velho Casarão, que fica na localidade do Sobrado, também no interior. O local é conhecido pelo caminho das taquareiras, onde os visitantes são convidados a realizar uma meditação guiada e uma reflexão sobre as taquaras.
Por fim, a Rota Fortaleza ainda conta com o Bosque Apícola, localizado no Centro de Treinamento de Agricultores de Montenegro (Cetam), no bairro Aeroclube, onde há a criação de abelhas. “Nessas cinco propriedades da rota, nenhum tipo de veneno é utilizado. São todas voltadas para a agricologia”, enfatiza Claudete Klein, coordenadora do Cetam.
Rota Fortaleza de Cicloturismo ocorre em setembro
Para quem gosta de pedalar e apreciar belas paisagens, vem aí uma grande oportunidade. O interior de Montenegro será explorado na Rota Fortaleza de Cicloturismo, que acontece no dia 26 de setembro e tem como principal objetivo incentivar o exercício físico em meio à natureza e fortalecer o turismo local. O passeio ciclístico terá duas opções de percurso: uma de 25 km e outra de 50 km, passando pelas propriedades citadas acima e outros locais históricos da região.
Além disso, os participantes terão duas opções de pacote. Uma com almoço, no valor de R$ 60,00, e outra sem almoço, por R$ 50,00. A largada ocorre às 9h para quem optar pelo trajeto de 50 km, no Centro de Treinamento de Agricultores de Montenegro (Cetam). Os ciclistas que escolherem o percurso mais curto saem às 10h, também no Cetam. As inscrições estão abertas e podem ser feitas através do site www.sesc-rs.com.br/esporte/ciclismo, onde também consta o regulamento do evento.
Morro São João, a referência
Para os montenegrinos e também para quem vem de outras cidades, o Morro São João é referência em se tratando de atração turística no município. Pela sua imposição e história, o gigante de pedra merece um espaço só para ele. O morro é de Montenegro, é do povo local e deve ser cuidado e preservado por todos, não apenas pelas autoridades, para continuar sendo um dos principais cartões postais da região.
“O Morro, na minha visão, deve ser explorado quanto trilha, respeitando a altitude dele e a vocação de floresta que ele tem, interferindo pouco no morro. Ele deve ter um papel educativo, com trilhas bonitas. É preciso ter muito cuidado quando se trata de morro”, frisa Claudete Klein. A experiência de subir o Morro São João pela primeira vez é inesquecível, e a vista de cima do gigante de pedra torna a atração ainda mais memorável.
Projeto fará pranchas de SUP com garrafas PET
Com o intuito de resgatar o “remo” nas águas do Rio Caí de forma sustentável e alavancar o turismo no município, o projeto SUP para Todos tem como proposta principal a confecção de pranchas de Stand Up Paddle com garrafas PET. O público-alvo são crianças e adolescentes que estejam frequentando a escola e estejam dispostas a confeccionar suas próprias pranchas para, posteriormente, colocá-las nas águas do rio e se divertir.
Para a produção de cada prancha, devem ser utilizadas cerca de 95 garrafas PET (de 3 litros ou 3,3 L). Para a navegabilidade dessa prancha, ainda são necessários outros materiais para sua confecção. Um dos objetivos do projeto é contribuir para o meio ambiente, utilizando essas garrafas, que muitas vezes são descartadas e jogadas no chão pela população. “Nossa proposta é inserir esse projeto socioambiental na comunidade, com apoio do Poder Público, de empresários e de cidadãos comuns interessados no resgate da nossa história e do nosso Rio Caí. Acima de tudo, pessoas que estejam preocupadas com nossos jovens e sua inserção na sociedade e no mundo saudável dos esportes e da natureza que o SUP propicia”, destaca o idealizador do projeto, Diego Flores.
A ideia de Diego é colocar o projeto em prática nas escolas de Montenegro a partir de 2022. Até lá, ele, sua esposa Jeanice Santos Noval e os apoiadores do SUP para Todos buscam arrecadar a maior quantidade possível de garrafas PET.
Um boné feito para conhecer nossos pontos turísticos
A identidade cultural de uma comunidade é um dos pilares para garantir o desenvolvimento turístico de forma sustentável e com respeito ao meio ambiente. Afinal, quando visitamos um lugar, queremos conhecer mais sobre os hábitos, culinária, economia e sobre a cultura do lugar, não é mesmo? O artesanato também faz parte disso e, pensando nesse fato, convidamos a artesã Lisa Borchardt para ensinar a fazer uma peça muito bacana: um boné de bergamota.
O chapéu, que já é um clássico de Lisa, é feito com materiais simples, utilizando um boné velho (pode ser aquele que ia pro lixo mesmo), tinta, E.V.A. e, claro, muita criatividade. Ela ressalta que, apesar de o tema ter sido escolhido por representar a bergamota e, portanto, a nossa identidade cultural, a mesma técnica pode ser utilizada para criar bonés variados. Com temática de super-heróis, flores, e até de personagens. “Se eu fosse pra Disney, por exemplo, eu faria com orelhas de ratinho”, Lisa sugere.
O passo a passo está em vídeo e pode ser acessado através do QR Code ao lado ou nas redes sociais do Ibiá, Facebook e Youtube. A iniciativa é uma novidade do projeto Olho D’Água como forma de inovar as atividades e valorizar a arte montenegrina. O objetivo é que as peças possam ser feitas por toda a família. Acesse e divirta-se.