Em alta. Grêmio termina 2017 como campeão da Libertadores, vice do Mundial de Clubes e em quarto no Brasileiro
O torcedor gremista vai passar a virada do ano orgulhoso do seu time. Em 2017, o Grêmio fez grande campanha em todas as competições de que participou e acabou coroado com o título da Libertadores da América, o terceiro da história do clube. Além de alcançar o topo do continente, o tricolor foi vice-campeão Mundial, terceiro na Copa do Brasil e quarto no Campeonato Brasileiro. No primeiro semestre do ano, a equipe foi eliminada nas semifinais do Gauchão.
Além de resultados expressivos, o time teve surpresas muito positivas durante a temporada. As contratações feitas pela direção, pouco badaladas quando anunciadas, encaixaram perfeitamente no esquema de Renato Gaúcho. Jogadores desacreditados no cenário nacional, como Léo Moura, Cortez e Cícero tiveram papel fundamental na conquista da Libertadores. O garoto Arthur entrou no time para não sair mais, impressionou a todos durante o ano e chegou a ser convocado pela Seleção Brasileira.
Desacreditado por muitos, Marcelo Grohe foi um dos heróis do tri da América. A dupla de zaga formada por Geromel e Kannemann foi praticamente intransponível no torneio continental. O reforço mais renomado da temporada, Lucas Barrios, correspondeu e terminou o ano como artilheiro da equipe, com 18 gols, mas não permanecerá para a próxima temporada.
O técnico Renato Gaúcho também teve que conviver com inúmeros problemas durante a temporada, seja por lesões ou negociações. Fundamentais na campanha do penta da Copa do Brasil em 2016, Maicon e Douglas sofreram com problemas físicos neste ano. O camisa 10 sequer atuou. O equatoriano Miller Bolaños teve problemas pessoais e deixou o Grêmio no meio da temporada. Peça-chave na equipe tricolor, Pedro Rocha foi vendido ao Spartak Moscou no final de agosto.
A eliminação para o Novo Hamburgo, nas semifinais do Campeonato Gaúcho, colocou um ponto de interrogação na cabeça dos torcedores em relação ao potencial da equipe. No Campeonato Brasileiro, o Corinthians liderou de ponta a ponta, mas o Grêmio sempre esteve no cangote do time paulista e por pouco não ficou com o vice-campeonato. Em muitas rodadas, a equipe tricolor entrou em campo com o time completamente reserva, recheado de garotos.
Mas priorizar a Libertadores deu certo e ninguém contesta a escolha feita por comissão técnica e direção após a conquista do título. Na campanha do tri, o Grêmio deixou pelo meio do caminho Zamora-VEN, Deportes Iquique-CHI e Guarani-PAR na fase de grupos. Nas oitavas, eliminou o Godoy Cruz-ARG, nas quartas a vítima foi o Botafogo e, na semifinal, o tricolor não deu chances para o Barcelona de Guayaquil-EQU. Na grande final, duas vitórias sobre o Lanús-ARG para confirmar o título indiscutível.
Assim como o Brasileirão, a Copa do Brasil também ficou em segundo plano, mas por pouco o clube não foi a mais uma decisão. Nas semifinais, o Grêmio caiu para o Cruzeiro nos pênaltis. No Mundial de Clubes, classificação para a final decidida somente na prorrogação contra o Pachuca-MEX. Na decisão, contra o estrelado Real Madrid-ESP, o tricolor não se entregou em momento algum, mas foi derrotado por 1 a 0 e ficou com o vice-campeonato.
Torcedor credita sucesso à gestão e ao planejamento do clube
O gremista William Medeiros Hartmann, 23 anos, dava seus primeiros passos quando o Grêmio conquistou a América pela segunda vez, em 1995. Neste ano, pode acompanhar todo o caminho percorrido pelo tricolor até a conquista do tri. Pela primeira vez, comemorou uma Libertadores e jamais esquecerá desta temporada. “Apesar da falta de títulos, tivemos alguns anos bons, mas 2017 foi muito consistente. Com um trabalho sólido, talvez o Grêmio joga hoje o futebol mais bonito do Brasil”, diz.
O trabalho que Renato Portaluppi vem fazendo no tricolor é bastante elogiado por William. No entanto, o responsável pelo sucesso gremista não é o treinador, de acordo com o torcedor. “Acho que as palavras-chave são gestão e planejamento. Hoje o Grêmio tem um grupo muito bom e unido, e Renato tem feito um grande trabalho. Mas acredito que a administração do presidente Romildo Bolzan tem sido o diferencial. O clube conseguiu criar uma harmonia entre futebol e administração”, ressalta.
Orgulhoso pelos resultados que o Grêmio obteve neste ano, William acredita que o time poderia ter chegado ainda mais longe se não tivesse tantos problemas de lesões. “Faltou um pouco de elenco nas competições nacionais. Tivemos perdas importantes na temporada, como Maicon, Douglas e Bolaños. Acho que, com os três, poderíamos ter beliscado um título nacional, mas não dá para cravar, porque os trabalhos de Corinthians e Cruzeiro foram muito bons também”, analisa.
Se fora das quatro linhas Portaluppi e Romildo Bolzan fizeram um grande trabalho, no campo, muitos jogadores se destacaram nesta temporada. “Coloco Arthur, Luan e Geromel no mesmo nível de qualidade, são três monstros. O Arthur foi uma surpresa e, neste ano, tornou-se o cérebro do time. Perdemos ele para o Mundial, então é difícil dizer como seria o jogo. O Real desses últimos anos é um dos grandes times da história do futebol”, comenta o torcedor sobre o confronto do último sábado.
Em 2018, porém, o torcedor de 23 anos acredita que Arthur não fará parte do elenco tricolor, mas aposta que reposição já está no grupo. “Acho que ele não joga mais pelo Grêmio. Temos uma boa reposição a longo prazo dentro do elenco que é o Jean Pyerre. Precisamos mais duas boas opções para o meio-campo, um jogador de lado para o setor ofensivo e um centroavante para suprir a saída do Barrios. Assim, podemos brigar por mais competições na próxima temporada”, conclui.