Números do Detran revelam que, no ano passado, mais de mil veículos passaram a circular, dificultando o tráfego
O aumento na frota em Montenegro é percebido no dia a dia e confirmado pelos números divulgados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Rio Grande do Sul. Em 2017, o total de veículos chegou a 42.742, um aumento de 2,61% em relação ao ano anterior. Essa diferença corresponde a três veículos a mais por dia na cidade.
As estatísticas demonstram que a variação positiva vem se mantendo, mas em ritmo menos acelerado. O índice verificado no ano passado só não é menor do que percentual apurado em 2016, quando a frota aumentou 2,10% em comparação com 2015. O percentual, no entanto, está distante do apurado em 2008, quando o crescimento chegou a 6,87%, a diferença equivalia a cinco veículos a mais por dia. Naquele ano, porém, o setor automobilístico ainda recebia incentivos com redução de impostos e facilidades de financiamentos, condições que favoreceram as vendas.
A variação verificada no ano passado se aproxima da da média estadual, que ficou em 2,7%. Levando em conta a população, Montenegro tem 1,49 habitantes por carro, ou três pessoas a cada dois carros. Nessa proporção, o município é o 13º entre os 19 que integram o Vale do Caí. Na relação, o destaque é Pareci Novo, onde há quase um habitante por veículo. Capela de Santana está no outro extremo, com 2,60 habitantes por veículo.
Com o conhecimento de quem passa o dia transitando de carro pela cidade, o taxista Fábio Rafael da Silva observa o impacto desse crescimento no fluxo. “Há horários em que fica muito difícil pelos engarrafamentos”, afirma. Ele acrescenta que, o meio-dia e o final de tarde, por serem horários de saída de trabalho e escolas, são os momentos piores.
Seu colega de profissão, Vinícius Fernandes, partilha da mesma opinião. Ambos acreditam que o aumento na frota é uma tendência inevitável. Vinícius, no entanto, menciona algumas medidas que, na sua opinião, facilitariam o fluxo do trânsito, como tornar mão dupla as ruas Capitão Cruz, Capitão Porfírio e Santos Dumont, em toda a sua extensão.
Paraplégico, o montenegrino Gumercindo Ramos, o “Gauchinho”, identifica outro problema no trânsito. Ele tem dificuldade de usar uma vaga de estacionamento reservada a veículos de pessoas com deficiência, na rua Ramiro Barcelos próximo à esquina com a rua São João, porque há uma barra de ferro que dificulta abrir a porta e se aproximar com a cadeira de rodas. “Isso não tá certo, tenho que ficar esperando que o carro de trás saia, para dar ré com o meu e conseguir abrir a porta”, reclama o cadeirante, revoltado.