Teste: Toro Freedom com motor 2.4 flex

Com dirigibilidade de carro de passeio, só que de uma posição mais alta, a Toro Freedom 2.4 flex automática se saiu bem nos testes realizados pelo Ibiá Motores ao longo de cerca de 600 quilômetros nas ruas e rodovias dos vales do Caí e Sinos. Nesta configuração, a picape média da Fiat custa R$ 98.790,00 e se coloca em opção intermediária entre a Freedom 1.8 flex (R$ 87,4 mil) e a Freedom 2.0 diesel com câmbio manual de seis marchas (R$ 103,7 mil).

Entre os pontos fortes da Toro com motor Tigershark 2.4 está o desempenho dinâmico. Afinal, o propulsor entrega fortes 174 cv de potência com gasolina no tanque (186 cv com etanol) e 23,5 kgfm de torque a 6.400 rpm. Segundo a Fiat, 91% dessa força já fica disponível quando o motor atinge apenas 2 mil rpm. Ao volante, esses números significam arrancadas e retomadas com bastante agilidade, ao contrário do motor 1.8 flex, um tanto quanto “sonolento”.

Para melhorar ainda mais esse fôlego, a Freedom 2.4 flex vem com tecla Sport no painel e borboletas atrás do volante, recursos importantes para aquele condutor que busca respostas mais rápidas e praticamente imediatas. No modo Sport, o câmbio estica mais as marchas e projeta a caminhonete à frente com maior vigor. O senão fica por conta do consumo, que nos testes do Ibiá Motores ficou entre 8 e 9 km/litro de gasolina em circuito que mesclou trechos rodoviários com trajetos urbanos.

Inovadora, a tampa traseira dividida em duas
folhas é mais fácil e prática de se usar no dia a dia

O sistema Star/Stop, que desliga o motor em semáforos, congestionamentos, cruzamentos e outras situações de parada breve, ajuda a economizar combustível e a reduzir emissões de poluentes, mas não tornam o Tigershark econômico. O condutor, se preferir, pode desativar esse recurso, porque num trânsito pesado às vezes se torna chato o liga e desliga do motor.

Já nos primeiros contatos com a picape ficou fácil entender por que foi a mais vendida do País no primeiro semestre deste ano. Com 24.686 unidades emplacadas, ela deixou para trás inclusive a Strada — irmã menor e até então a líder do ranking no segmento dos comerciais leves, com 24.025 unidades vendidas. Para se ter uma ideia do quanto o modelo lançado em fevereiro de 2016 caiu no gosto do brasileiro, basta dizer que ficou à frente até da invejada Toyota Hilux (15.897 unidades comercializadas de janeiro a junho deste ano).

Claro que o utilitário da Fiat tem a seu favor também o preço, já que a Hilux 4×2 a gasolina, também com câmbio automático, é vendida aqui no RS a partir de R$ 116 mil. Entretanto, a Toro tem a seu favor o design moderno e ousado já premiado mundo afora. Durante os testes do Ibiá Motores, as silhuetas da picape foram praticamente uma unanimidade. Para os brasileiros, assim como para Vinícius de Moraes, beleza é fundamental. Até nos carros.

Fácil como carro, prática como picape
Tamanho é outro ponto forte da Toro. Os seus 4,91 metros de comprimento fazem dela uma picape um pouco menor do que as médias, como a Chevrolet S10, que mede 5,34 metros. O fato de ser mais curta pode até afetar a ideação de status, algo que o brasileiro tanto ama, mas na prática o que se tem é um carro mais maleável no trânsito urbano. Essa característica faz diferença no contexto atual, em que poucos donos de picape compram este tipo de automóvel para trabalhar na zona rural.

Achar uma vaga de estacionamento, ir ao shopping e manobrar na rua é mais fácil com a Toro (e nisso a direção elétrica tem papel fundamental) do que as picapes médias. A câmera de ré, embora numa pequena tela de cinco polegadas, também ajuda bastante. O câmbio automático de nove marchas tem trocas suaves e bem escalonadas com o motor. Apenas em trechos de aclive se nota que a caixa “segura” um pouco mais as trocas, mas aí o condutor, se quiser, entra em ação com as aletas atrás do volante.

A suspensão da Toro lembra a de um veículo de passeio, pois mesmo vazia ela não tem rolagem de carroceria em curvas de velocidade mais elevada. Isso é resultado do sistema multilink, de braços múltiplos na parte traseira — que se soma aos controles eletrônicos de estabilidade e tração — e entrega ao condutor mais domínio e, consequentemente, traz mais segurança. Em trechos esburacados, percebe-se alguma oscilação da carroceria e socos leves, mas não se sente impactos secos. O nível interno de ruídos é baixo. A 110 km, o propulsor fica abaixo dos dois mil giros e seu funcionamento passa quase despercebido.

Por dentro, a impressão é de sofisticação e espaço folgado. A versão testada possui couro nos bancos, forros de porta, revestimento do volante e alavanca do câmbio. Inserções cromadas e plásticos suaves ao toque (melhor ainda seria se o painel fosse emborrachado) colaboram com o luxo, assim como o quadro de instrumentos de sete polegadas com grafismo moderno, colorido e iluminação caprichada, igual ao do Renegade. Multimídia Uconnect Touch NAV de 5 polegadas, porta USB e tomada 12V facilitam a conexão com o telefone celular.

A toro em números

4,91 metros de comprimento

186 cv de potência a 6.400 rpm com etanol e 174 cv com gasolina

24,9 kgfm de torque (E) e 23,5 kgfm (G)

Arrancada de zero a 100 km/h em 9,9 segundos

Velocidade máxima de 200 km/h

Uma tonelada de capacidade de carga na carroceria

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