O Rio Grande do Sul está implementando a campanha Junho Lilás, que tem por objetivo valorizar as ações de triagem neonatal. Aproveitando o Dia Nacional do Teste do Pezinho, 6 de junho – sábado, a Secretaria da Saúde (SES) chamou a atenção da sociedade para a importância da realização deste exame em recém-nascidos, mesmo durante a pandemia da Covid-19.
O Teste do Pezinho é utilizado para a prevenção e diagnóstico precoce de seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. “Esses agravos trazem sequelas irreversíveis e poderiam ser evitados a partir de um exame simples e gratuito, que é a coleta de uma gotinha de sangue do calcanhar do bebê”, explica a médica pediatra/neonatologista da seção de Saúde da Criança e Adolescente do Departamento de Ações em Saúde/SES, Celia Boff de Magalhães.
Em decorrência da pandemia da Covid-19 e das medidas de distanciamento controlado no Rio Grande do Sul, o Serviço de Referência se reorganizou, fez mudanças de fluxos, passando a usar até ferramentas de telemedicina. Iniciativas para evitar prejuízo ou desassistência aos bebês e suas mães. Diante dessa situação, a seção de saúde da criança da SES emitiu nota técnica que permite a realização de coletas dos testes de triagem neonatal, nas próprias maternidades.
Mas a responsabilidade pela coleta do teste do pezinho permanece nas Unidades de Saúde de Atenção Básica. Porém, frente a pandemia de Coronavírus, sugere-se como alternativa a coleta também nas maternidades, desde que a coleta ocorra após 48 horas de vida do recém-nascido. Do contrário, as mães devem ser orientadas a procurar a Unidade de Saúde para a coleta.
Testes do pezinho em 2019
Em 2019, a cobertura destes testes no Rio Grande do Sul foi de aproximadamente 80% dos bebês nascidos vivos, com coletas de gotas de sangue entre o terceiro e o quinto dia de vida nas Unidades Básicas de Saúde dos Municípios. A análise do exame é realizada no Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas.
* foram 102.349 cartões com gotas de sangue coletados do calcanhar de bebês de toda a rede pública dos 497 municípios do RS. Este número representa aproximadamente 80% dos nascidos vivos do Estado.
* Média de coletas por mês: aproximadamente 9 mil recém-nascidos
* coleta total ano de 2019: 102.349 amostras de sangue
Acompanhamento das doenças
– 127 crianças com fenilcetonúria
– 1.356 com hipotireoidismo congênito
– 206 em acompanhamento de hiperplasia adrenal congênita
– 28 com deficiência de biotinidase
– 83 crianças com diagnóstico de fibrose cística
– 290 hemoglobinopatias
Como é feito o exame?
O exame consiste na retirada de gotas de sangue do calcanhar do bebê. Por ser uma parte do corpo rica em vasos sanguíneos, o material pode ser colhido através de uma única punção, rápida e quase indolor.
Quando fazer o teste?
O teste do pezinho deve ser feito entre o 3º e o 5º dia de vida do recém-nascido, pois esta é a maneira de descobrir as doenças a tempo de tratá-las, impedindo o aparecimento das complicações.
A triagem não pode ser realizada ainda na maternidade, logo após o nascimento, pois para o diagnóstico da fenilcetonúria é necessário que a criança já tenha sido amamentada. O teste verifica a taxa de uma enzima presente no sangue responsável pela quebra de uma proteína do leite.
Onde fazer?
O Teste do Pezinho é realizado gratuitamente em mais de 2,5 mil unidades de saúde de todos os municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Durante a Pandemia da Covid-19 as maternidades estão realizando a coleta da gotinha de sangue.