A Prefeitura vai bancar a despesa, mas o resultado dos testes sobre qualidade da água será conhecido em março
Ontem pela manhã, vereadores, representantes da Corsan e da Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo se reuniram com o ecônomo do Balneário Afonso Kunrath, o “Baixio”, José Luiz Soares. A pauta sugerida pelo vereador Cristiano Braatz, PMDB, era a possibilidade de interdição do local pela falta de testes que confirmem que o Rio, naquele ponto, está em condições de banho.
O assunto foi debatido durante uma hora e ficou decidido que a análise será iniciada até o fim de fevereiro, com previsão de término para a metade de março. A partir disto, será definido o fechamento ou não do espaço, embora, até lá, as férias já tenham acabado e a frequência, com certeza, diminuído bastante.
A reunião começou um tanto tumultuada, com o desabafo de José Luiz, ao afirmar que estava chateado com a possibilidade do fechamento do Baixio. “Muita gente frequenta o ambiente. É um lugar bom para fazer um churrasco e descansar. Não podem simplesmente tirar isso dessas pessoas. Em alguns fins de semana, chegam a ir cerca de 400 pessoas para lá”, afirmou. Em resposta o diretor municipal de Turismo, João Vilso Cruz, declarou que a Prefeitura jamais teve a intenção de tirar o espaço da comunidade. A questão da balneabilidade foi levantada pelo Ministério Público. Além disso, Cruz disse que o ecônomo deveria cumprir o contrato que fez com a Prefeitura para a exploração do espaço público. “Há um contrato entre o Executivo e Soares, o qual não está sendo cumprido. O pagamento das contas de água e luz, que seria responsabilidade dele, estão sendo pagas pela Prefeitura”, explicou. Mesmo assim, ficou decidido que a Prefeitura vai bancar o teste de balneabilidade.
Para saber se a água está própria para o banho, é preciso realizar estudos e, de acordo com a diretora de Pesquisa e Jurisprudência da Procuradoria Geral, Márcia da Motta, isso será iniciado ainda este mês. “Na próxima semana, ou no máximo na outra, será iniciado o teste de balneabilidade, que apontará se a água é própria ou não para o banho. Esse teste vai demorar cerca de cinco semanas para ser concluído e, com isso, é possível dizer que vai terminar na metade de março. Até o fim do estudo, é aconselhável não se banhar na água, mas, por enquanto, não há determinação para o fechamento do Baixio”, detalha.
Sugestão é repassar análise para a Fepam
Essa não é a primeira vez que os testes de balneabilidade estão atrasados. Márcia da Motta afirmou que, no ano passado, os exames iniciaram no dia 3 de março. Questionada, pelo vereador Valdeci Alves de Castro (PSB), se tal teste tem um prazo de validade, Márcia disse que não. “Em outubro, precisará ser feito de novo, para garantir a temporada de verão, que é quando as pessoas procuram mais estes espaços”. Resumindo, a comunidade só vai saber se a água era propícia ou não para o banho quando a estação mais quente do ano já estiver nos últimos dias, se ocorrer tudo como o planejado é claro.
No final da reunião, os vereadores Cristiano Braatz, Valdeci e Erico Velten (PDT) solicitaram melhorias no acesso ao balneário e mais agilidade na realização dos testes. Tais solicitações foram apreciadas tanto por Márcia quanto por João Vilso, que concordaram que é preciso maior organização.
O gerente da Corsan Montenegro, Lutero Fracasso, garantiu que, com a chegada do Verão, a empresa fez as melhorias de sua competência. “Efetuamos, ainda no ano passado, melhorias no chuveirinho lá do balneário e também fizemos outras reformas ao nosso alcance”, declarou.
José Luiz Soares disse que chegou a ser notificado a deixar o local. Inclusive, teria sofrido ameaças por parte de representantes do Executivo, sendo que um deles seria João Vilso. O diretor municipal de Turismo se defendeu, dizendo que as declarações de Soares estavam distorcidas e que, em nenhum momento, ameaçou o ecônomo.
O gerente da Corsan, Lutero Fracasso, citou que a Prefeitura fez um pedido para que a Companhia efetuasse este teste de balneabilidade e a análise da água bruta o que, segundo ele, não foi possível. Fracasso, então, orientou a Secretaria de Meio Ambiente do Município para que buscasse uma solução através de convênio com a FEPAM, que já executa estas análises para alguns municípios. “Agora, no início de 2017, abram logo este processo, para que, em setembro, a FEPAM tenha condições legais de realizar o teste de balneabilidade”, sugeriu o gerente.
Participaram da reunião
José Luiz Soares – Responsável pelo balneário municipal Afonso Kunrath;
Cristiano Braatz, PMDB – vereador
Juarez Vieira da Silva, PTB – vereador
Erico Velten, PDT – vereador
Ângelo Marcelo Faro – engenheiro da Corsan Montenegro
Lutero Fracasso – gerente da Corsan Montenegro
Lori Silva – assessor do vereador Joel Kerber, PP
Felipe Diego da Silva – assessor do vereador Neri de Mello Pena (Cabelo), PTB
Simone Azevedo – assessora da vereadora Rose Almeida, PP
Márcia da Motta – diretora de Pesquisa e Jurisprudência da Procuradoria Geral de Montenegro
João Vilso Cruz – diretor municipal de Turismo
Valdeci Alves de Castro, PSB – vereador
Luis Fernando Ferreira – assessor do vereador Felipe Kinn Menezes, PMDB
Roberta Cardona – assessora da vereadora Josi Paz, PSB
* O encontro de ontem foi uma sugestão do vereador Cristiano Braatz (PMDB)