UMA POLÍTICA DIFERENTE é o que promete o atual vereador de Montenegro
Talis Ferreira, 43 anos, candidato a deputado estadual pelo partido Progressistas, concorre a sua primeira eleição à Assembleia Legislativa. O atual presidente do Legislativo de Montenegro aposta numa campanha sem promessas, mas com muito diálogo para conquistar os votos necessários.
Talis foi o entrevistado desta semana no Estúdio Ibiá, transmitido ao meio-dia na Rádio Ibiá Web.
Em seu segundo mandado como vereador, Talis diz que possui experiência e juventude para encarar os desafios e defender os direitos da região.
Ibiá: Qual será o principal norte de sua atuação, se eleito?
Talis Ferreira: Acho que a fiscalização é o mais importante, e buscar melhorias para nossa região. Há muito tempo o Vale do Caí não tem representatividade na Assembleia, e por isso, pecamos em alguns pontos. Vou dar um exemplo visto por muitas pessoas aqui de Montenegro: primeiro a RSC-287, que em alguns trechos está completamente abandonada, sem manutenção.
Outra situação gritante é a própria rótula da 287, que só está saindo agora, depois de tantos anos, por que não tivemos representatividade buscando essas melhorias junto ao governo do Estado. Nossas escolas estaduais que estão em precárias condições. O Polivalente ficou 18 meses sem luz elétrica. Essas coisas me motivam todos os dias a entender que a nossa região precisa com urgência de uma representatividade.
Vamos além, o Hospital Montenegro, é um absurdo atendermos mais de 200 mil pessoas, por mês, na nossa região e não termos uma UTI neonatal. Crianças que precisam esperar três, quatro dias por vaga em UTI neonatal. Já aconteceu, na nossa região, de uma criança morrer esperando por vaga. Isso não pode acontecer.
Ibiá: Qual o seu principal diferencial, em relação aos outros candidatos locais? Argumento que convença o eleitor a votar no senhor.
Talis Ferreira: É importante as pessoas entenderem o currículo do candidato. Eu estou como vereador há seis anos, entendendo melhor como funciona o Legislativo junto ao Executivo. Não me candidatei ontem e hoje estou concorrendo a deputado sem saber como funcionam os trâmites legais e como funciona a política legislativa.
A experiência no decorrer da caminhada tem que ter valor. Sou novo, ainda não tenho experiência como deputado, não tive a oportunidade de trabalhar lá como trabalho na Câmara. Peço essa oportunidade para todos que nos acompanham.
Poderia vir aqui com projetos, como fazem muitos outros candidatos e depois só aparecer daqui a quatro anos. Nas minhas campanhas não prometi nada além de muito trabalho e de não me afastar das pessoas. Tenho orgulho de estar sempre nas ruas conversando com as pessoas. Ouço as pessoas e procuro buscar a solução para as demandas apresentadas por elas. Não adianta ter projetos que a gente sabe que não vão sair do papel.
Ibiá: Em vista da perspectiva de queda de arrecadação para 2023, e a necessidade de orçamento para todas as áreas, o senhor votaria a favor de aumento do ICMS, se o Governador propor ?
Talis Ferreira: Sou contra aumento de impostos. O Brasil é um dos países que mais cobra impostos no mundo. Fica comprometimento meu com a comunidade. Hoje pagamos muitos impostos, vou me colocar contra.
Ibiá: Qual a sua posição quanto a Revisão do Regime de Recuperação Fiscal que vem sendo proposto?
Talis Ferreira: Esse é um acordo que tem que ser bastante discutido. Nós aqui temos aquela dívida enorme do projeto Cura, se colocarmos no papel, essa divida já foi paga. A negociação é a melhor forma, desde que isso não reflita no bolso do contribuinte.
Ibiá: Como o deputado Talis Ferreira votaria ou se posicionaria em relação a privatizações?
Talis Ferreira: Minha posição é muito forte. Algumas privatizações devem ser feitas. Algumas empresas geram custos muito grandes ao governo do Estado e não entregam um serviço de qualidade. A Corsan não entrega serviço a contento para todo o Estado. Olha esse caos nas adutoras na nossa cidade. Acho que a privatização tem que acontecer e não tenho medo de dizer isso.
Ibiá: Um dos principais problemas enfrentados pela população gaúcha é o acesso à consultas especializadas. No Estado quase 200 mil pessoas aguardam por um atendimento. Como os deputados podem contribuir para mudar esta trágica realidade?
Talis Ferreira: É lamentável. Acho que aqui em Montenegro temos mais de mil pessoas esperando por cirurgias. Temos que ter investimento na saúde. Buscar junto ao Poder Público, Governo Federal, mais médicos, mais equipamentos. Além disso, temos que ter fiscalização nos hospitais públicos do Estado, os deputados têm que ir a campo, saber como está tramitando o dinheiro público para esses hospitais.
Ibiá: Na região temos a perspectiva de instalação de mais dois pedágios. O senhor acredita ser possível suspender a instalação ?
Talis Ferreira: Tem que mudar. Espero estar lá (na Assembleia) para representar a voz da região nesse momento. Sou contra pedágio. Precisamos contar com o novo governador, que ele nos ouça e possamos revogar esses contratos. Tem que ter investimentos dos impostos que pagamos para fazer pavimentação e recuperação, e isso não está sendo feito. O que é de direito das estradas tem que ser usado nelas. Serei um dos primeiros a tentar revogar o que está lá.
Ibiá: Sua primeira eleição a vereador foi em 2016? O senhor fez 901 votos pelo PL. Em 2020 migrou para o Progressistas? Qual a principal razão da troca?
Talis Ferreira: Primeiro, a gente tinha um bom relacionamento com os membros do Progressista. Eu também tenho uma visão de progresso, que acho muito importante. A bandeira do partido vinha ao encontro daquilo que eu penso e acabei indo para o partido e, quase, dobrando minha votação em relação a quando fui eleito vereador pela primeira vez.
Ibiá: O senhor credita este desempenho a troca de partido ou a outro fator?
Talis Ferreira: Acredito que isso também tenha contribuído, mas, acho que foi mais pelo trabalho. Na primeira eleição, eu era uma promessa, se pensava como eu seria como vereador. Durante os quatro anos trabalhando junto a comunidade, buscando melhorias para nossa cidade, acho que isso foi fundamental para que a gente conseguisse fazer uma boa votação. Isso nos credenciou para que pudéssemos nos colocar a disposição do Vale do Caí para tentar ser deputado estadual.
Ibiá: Quantos votos o senhor avalia necessário fazer aqui em Montenegro, para ter chances de ser eleito?
Talis Ferreira: Temos 48 mil votantes, mas fica em torno de 45, 46 mil que acabam indo às urnas. Peço a todos os montenegrinos que pensem nos candidatos daqui, nas suas propostas e naquele que tem mais chance de chegar até a Assembleia.Vou tentar o maior número de votos aqui na cidade, não posso dizer um número exato, mas gostaria de fazer acima de 20 mil votos. Nunca estive lá, quero essa oportunidade.
Ibiá: O Projeto de Lei que propunha a criação de mais cargos de assessores aos vereadores pode influenciar na decisão de voto do eleitor montenegrino?
Talis Ferreira: Não vai afetar porque aquele projeto não foi pra frente, justamente por termos ouvido a comunidade. Não tenho medo de dizer para as pessoas que como político, muitas vezes, temos decisões equivocadas. Levá-las adiante sem escutar a comunidade, aí sim, eu posso ser cobrado. No momento em que aconteceu aquela situação, a gente acabou escutando a voz do povo e retirando o projeto.
Bate-Pronto
Em quem o senhor vai votar para Presidente da República?
Jair Bolsonaro
Para o Senado?
Comandante Nádia
Deputado Federal?
Pedro Westphalen
Governador?
Luis Carlos Heinze