Mais de quatro mil estudantes estão sem cartão de passe-livre em todo o Estado. O motivo seriam as denúncias de desvios de dinheiro na União Estadual dos Estudantes (UEE), responsável por gerar o documento junto à Metroplan. O problema também se estende aos outros benefícios intermediados pela entidade, como o cartão Tri e a carteirinha de meia-entrada.
Uma das estudantes prejudicadas pela falta do cartão de passe-livre é a montenegrina Tifani Franciele da Silva, que está cursando o primeiro semestre de Nutrição na Uniritter, em Porto Alegre. “A passagem de ida e volta fica em torno de R$ 384 por mês. Eu, como estudante, não tenho condições de pagar esse valor mais a passagem do urbano que está R$ 4,05”, diz.
A falta do passe-livre pode comprometer o rendimento na universidade, já que, sem o documento, ela repensa o número de cadeiras que cursará no próximo semestre. “Eu pago esse valor porque faço três cadeiras. No semestre que vem pretendia fazer todas, mas sem o cartão não terá como”, afirma, referindo-se ao custo do transporte diário entre Montenegro e a capital gaúcha.
Preocupada com a despesa que está tendo pela falta do Passe-livre, Tifani já procurou a UEE e foi informada que não tinha como ser ajudada pela falta de sistema. “Falaram que se eu quisesse mais informações poderia entrar em contato com a Vimsa e a Metroplan”.
Ao entrar em contato com as empresas, ela recebeu a notícia de que não havia cartão com seu nome e deveria voltar a contatar a entidade estudantil. “Pela segunda vez fui até eles e me disseram que todos os documentos dos estudantes estavam trancados e quando tivessem informações me retornariam”.
A esperança da universitária é que consiga ter o cartão a tempo de usá-lo no próximo semestre. “Eles pedem muitos documentos. E todos autenticados em cartório, difíceis de conseguir”, pondera.
Situação deve ser normalizada em 15 dias
O trancamento da emissão do cartão ocorreu após denúncias de desvio de dinheiro da União Estadual dos Estudantes. O caso está sob investigação e a tesoureira, o presidente e o vice da entidade foram afastados. O segundo vice-presidente, Álvaro Fernandes Lottermann assumiu, interinamente, a UEE.
Uma sede estava funcionando na Avenida Mauá, em Porto Alegre. De acordo com Lottermenn, essa sede seria paralela e eles não teriam condições de realizar a emissão de documentos. “Enquanto havia essas dúvidas em relação à diretoria, a Metroplan não liberava a senha de acesso ao sistema para podermos emitir o Passe-livre”, informa o presidente interino.
Desde a tarde da última quarta-feira (31), a senha foi liberada a os documentos começaram a ser produzidos novamente. “A regularização deve demorar uns 15 dias, porque a demanda está muito acumulada”, explica. “Estamos esperando também o cumprimento de um mandado de busca aos documentos foram entregues pelos alunos na sede da Avenida Mauá”. Essa busca pode demorar um pouco e, os alunos que tiverem pressa na emissão do Passe-livre ou de outros cartões, precisam apresentar novamente seus documentos na nova sede, no Mercado Municipal. “Quem já pagou a taxa, será isento mediante o comprovante de pagamento”. Quem tiver dúvidas quanto aos seus documentos, pode entrar em contato com a UEE, que agora funciona no Mercado Público de Porto Alegre.