Supermercados gaúchos tem crescimento de 3,4% nas vendas em 2016

O setor supermercadista gaúcho mostrou sinais de retomada e voltou a crescer,  foram revelados nessa semana detalhes em estudo,  contemplou as 252 maiores companhias do setor no RS para mapear o desempenho dos supermercados do Estado. Além de revelar novos hábitos de consumo e mudanças no comportamento dos gaúchos em frente às gôndolas do setor.

Ao todo, a Agas avaliou 15 redes e seus desempenhos em 2016. Juntas, elas compreendem 681 lojas e 13.380 pessoas empregadas, com um faturamento total de R$ 4,9 bilhões. “Hoje, as lojas associadas às centrais representam 17% do faturamento do setor supermercadista gaúcho”, destaca o presidente da Agas. A maior central de negócios do Estado é a Rede Super, de Santa Maria, com 65 lojas associadas e faturamento de R$ 1 bilhão em 2016.

Segundo a pesquisa, os supermercados do RS registraram juntos um faturamento bruto de R$ 28,7 bilhões em 2016, um crescimento nominal de 9,7% em relação a 2015. Deflacionado pelo IPCA/IBGE no período, o número mostra um crescimento real de 3,4% para o setor supermercadista gaúcho em 2016.

“Há uma clara readequação dos consumidores ao seu poder de compra, mas o varejo mais uma vez deu mostras de sua agilidade e está completamente alinhado às necessidades do seu cliente. Este entendimento permitiu que o setor crescesse acima da inflação em 2016, apostando em uma gestão eficiente das empresas e com foco no giro dos produtos”, explica Antônio Cesa Longo presidente da Agas .

A pesquisa mostra que a participação do setor supermercadista gaúcho no PIB do Estado cresceu nos últimos anos, chegando a 6,9% em 2016. “Os supermercados do RS também expandiram sua participação no faturamento total dos supermercados brasileiros” que foi de R$ 338,7 bilhões em 2016. Com isso, o Rio Grande do Sul já tem 8,4% das vendas do setor no País”enaltece Presidente da Agas.

Empresas médias em evidência

Pelo sétimo ano consecutivo, as empresas de porte médio foram as que mais cresceram no setor supermercadista gaúcho, superando as grandes e as pequenas. Segundo Longo, a capacidade de identificar desperdícios e o apelo local destas empresas é decisivo para este crescimento. “As empresas médias normalmente são identificadas historicamente com a sua cidade ou comunidade. São pontos de venda em que o consumidor se sente em casa, e em que o supermercadista consegue fazer diagnósticos de perdas. Hoje, o supermercado de sucesso é aquele que consegue reduzir custos sem prejudicar seus serviços”, sugere o dirigente.

Confira o crescimento nominal por categoria:

Pequenas (até R$ 20 milhões por ano): +9,3%

Médias (de R$ 20 milhões a R$ 100 milhões por ano): +12,1%

Grandes (mais de R$ 100 milhões por ano): +9,5%

 

Parcelamentos perdem espaço

 Mesmo que a economia tenha dado as primeiras impressões de uma retomada, o consumidor gaúcho mais uma vez reduziu sua compra parcelada e preferiu opções à vista, sobretudo dinheiro e cartão de débito, para efetuar suas compras em supermercados.

“Isto mostra novamente uma forte intenção dos gaúchos evitarem o endividamento”, afirma o presidente da Agas. Conforme dados da pesquisa, 100% dos supermercados gaúchos aceitam cartões ou outros meios eletrônicos de pagamento, e 30,6% dispõem de cartão de crédito de bandeira própria. Os pagamentos em dinheiro cresceram pela segunda vez em cinco anos.

Hábitos de consumo

Os supermercadistas entrevistados pelo Ranking apontaram alguns hábitos de consumo e mudanças na rotina de compras dos gaúchos no ano passado. “O consumidor está cada vez mais atento aos preços e em busca de praticidade. Hoje, o cliente fica em média 15 segundos em frente à gôndola, enquanto há cinco anos este tempo médio era de 40 segundos. Além disso, 70% das compras são decididas efetivamente no ponto de venda”, explica Longo.

 

Clareza na gôndola

Acompanhando uma tendência iniciada em 2015, os supermercados gaúchos mantiverem reduzido seu mix de produtos trabalhados em 2016. Segundo o presidente da Agas, o objetivo deste enxugamento é melhorar a gestão das categorias de produtos, estreitar o relacionamento com fornecedores e tornar mais claro e rápido o acesso dos consumidores aos produtos em frente às gôndolas.

“O consumidor está em busca de praticidade e o varejo percebe rapidamente os produtos que dão rentabilidade a cada categoria. É mais um passo de profissionalização da operação dos supermercados”, explica Longo.

Marca própria segue com seu espaço

Sensação no início dos anos 2000, os produtos de marca própria dos supermercados perderam espaço nos últimos três anos no Rio Grande do Sul. Enquanto em 2014 cerca de 17% dos supermercados gaúchos disponibilizavam itens de marca própria em suas lojas, em 2016 o número chegou a 14,7% – praticamente o mesmo de 2015.

“Nenhuma empresa estampará seu nome em um produto de baixa qualidade e, por isso, a marca própria só é produzida quando seu custo-benefício é interessante ao supermercadista e ao consumidor”, explica o presidente da Agas. Segundo os dados do levantamento, os consumidores gaúchos podem encontrar 3,5 mil itens de marca própria nos supermercados no RS. As empresas que trabalham com itens de marca própria informaram que, em média, estes produtos representaram 4,4% do seu faturamento em 2016.

O perfil dos trabalhadores do setor

 Pelo segundo ano consecutivo, a pesquisa aprofundou-se no que se refere ao estudo dos 95 mil profissionais que atuam no setor supermercadista gaúcho. Além do gênero dos colaboradores, a pesquisa informa a escolaridade e a faixa etária média dos profissionais que atuam nos supermercados gaúchos. Em média, os custos com a folha de pagamento representam 8,6% do faturamento das empresas do setor.

Força feminina – Pelo quarto ano consecutivo, a mão de obra feminina superou a masculina no setor supermercadista gaúcho: os homens são 49% (ante 47,3% em 2015), e as mulheres são 50,9% (52,6% em 2015). “A participação das mulheres em cargos diretivos e de chefia de loja aumentou, e isto se reflete na diretoria da Agas, que agora conta com diversas representantes mulheres”, exemplifica Longo. A santa rosense Cooperativa Tritícola Santa Rosa, da Região Noroeste, é a empresa com maior força feminina do setor: 75% dos 395 colaboradores da empresa são mulheres.

Mais graduados no setor –Mostra um avanço da escolaridade dos colaboradores do setor. Segundo a pesquisa, cresceram os números de funcionários com nível superior trabalhando nos supermercados gaúchos. “Os supermercados respondem por cerca de 35% do primeiro emprego no País, e são uma grande porta de entrada para o mercado de trabalho. Além disso, capacitamos anualmente cerca de 7 mil gestores e operadores dos mais diversos setores de supermercados com os cursos da Agas em todo o Rio Grande”, lembra Longo.

 

Escolaridade 2014 2015 2016
Ensino Fundamental 38% 33,5% 35,1%
Ensino Médio 56,1% 58,7% 57,3%
Ensino Superior 6,3% 6,8% 7,6%

 

A idade dos colaboradores  Com relação às faixas etárias predominantes no setor, em média 7,7% dos colaboradores empregados nos supermercados gaúchos têm até 18 anos; 70,6% têm de 18 a 40 anos; 20,6% têm entre 40 e 60 anos; e 1,6% dos profissionais têm mais de 60 anos. O supermercado que mais emprega jovens proporcionalmente é o Super Gomes, de Santo Antônio da Patrulha, que tem 50% do quadro funcional formado por colaboradores com até 18 anos. Entre as empresas que mais apostam na terceira idade, destaca-se a porto-alegrense Comercial Arena Alimentos Ltda., que tem 20% do quadro formado por funcionários com mais de 60 anos.

Lucro líquido do setor é a novidade da pesquisa  

Pela primeira vez desde 1991, o Ranking Agas perguntou às empresas entrevistadas qual é o percentual de lucro líquido das companhias do setor sobre o faturamento total contabilizado. Segundo o estudo, a média de lucro líquido dos supermercados gaúchos em 2016 foi de 1,8% sobre o faturamento total.

Outra novidade da pesquisa foi a inclusão de uma questão sobre os índices de perdas do setor: os supermercados do Estado perderam em média 2,5% do que faturaram com furtos, roubos, quebras e desperdícios no ano passado.

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