Sujeira na Praça diminui, mas ainda há reclamações

Banheiros sujos e lixo espalhado são culpa da própria população, de acordo com a maioria dos usuários do espaço

Nos últimos dias, a Praça Rui Barbosa, localizada no coração de Montenegro, parece mais limpa e organizada. Mas basta olhar de perto para pereceber que ainda existe muito a ser feito. Isso porque o lixo e a sujeira insistem em contaminar a paisagem. Porém, são fruto, principalmente, do relaxamento de quem transita e ocupa o local.

Moisés Antônio, mais conhecido como França, é o funcionário da Prefeitura que atualmente faz a limpeza da Praça. Trabalhando há aproximadamente um mês no local, ele afirma que o principal problema é a falta de educação das pessoas. “No banheiro das mulheres eu posso largar um tapete branco, que não suja. Já no dos homens, onde alguns chegam a tomar banho, é muita sujeira. Dizem que a culpa é minha, mas não importa quantas vezes eu limpar se não mantiverem limpo”, desabafa.

Moisés ainda afirma que é costumeiro atribuírem a culpa ao prefeito e aos políticos, mas, segundo aponta, as sujeiras não se criam sozinhas. “Queria ver a cidade bonita, trabalho para isso. E comparada há algum tempo atrás, a praça está mais organizada. Inclusive moradores de fora vêm aqui para sentar e tomar chimarrão”, destaca o funcionário.

Ailson destaca importância de monitoramento constante no local

Banheiros sujos e fedorentos inibem o uso pela comunidade
O aposentado Ailson Kremer, 57 anos, afirma que a limpeza da praça Rui Barbosa está boa. Mas os banheiros, de acordo com ele, são sujos, têm vazamentos e mau cheiro. “Tem uma turma que fica tomando cachaça e não pode ver nada inteiro. Em vez de serem educados e ajudarem a manter um lugar que também está ali para servi-los, preferem estragar por prazer”, relata. Uma opção viável, segundo ele, seria designar um guarda municipal para atuar no local durante o dia todo.

Residentes em Santos Reis, interior de Montenegro, Adelar Antônio Kunrath, 65 anos, e Maria Inácia Kunrath, 63, identificaram o mesmo problema. Maria Inácia precisou usar o banheiro feminino, mas devido ao estado em que se encontrava, não conseguiu. “Isso é uma vergonha. Muitas vezes não é culpa da prefeitura ou do funcionário, e sim das pessoas. As atitudes que elas têm fora de casa, dizem muito sobre como são”, afirmam.

Trabalhando diariamente na Praça como executiva de vendas, Dirlene Posser Martins, 56 anos, diz que o local era mais limpo há não muito tempo atrás. E a possibilidade de utilizar o banheiro é descartada por ela. “Acho que se houvesse consciência coletiva, ajudaria muito, porque um funcionário é mais do que suficiente para dar conta do espaço todo. É possível limpar e ainda deixar um espetáculo”, frisa.

Espaço organizado e limpo
Para Rudimar Bueno Rosa, 40 anos, desempregado, o espaço, agora, está recebendo os cuidados necessários. “Dias atrás, realmente estava abandonada, com banheiros sujos. Mas agora o lugar está bom. É muito agradável aqui”, defende.

João Francisco de Moura, 45 anos, morador de São Jerônimo, mas trabalhador da Tanac, também considera o ambiente bem organizado. “A grama está até bem roçada”, destaca. Com o banheiro, de acordo com ele, também não há problemas. “Nas vezes em que precisei usar, estava tudo bem limpinho e cheiroso até. Têm muitos que nem dá para chegar na porta, por causa do cheiro forte”, declara.

Lauri Costa, 58 anos, afastado do trabalho, argumenta que hoje em dia é possível sentar tranquilamente com a família onde antes era baderna e sujeira. Ele atribui essa oportunidade principalmente à contribuição de funcionários e da Guarda Municipal. Todos os problemas que enxerga, responsabiliza os próprios usuários. “O mais bonito na Praça são os bancos, todas essas árvores”, salienta.

Usuária sente saudades do chefariz e dos bancos de pedra
“Antigamente tinha um chafariz bem ali no meio. Era tão lindo. E os bancos eram de cimento, com propaganda das lojas no encosto. Toda a vida mais bonito do que agora. Hoje os bancos, que são de madeira, não duram muito tempo. Estão todos quebrados. Eles querem modernizar tanto, mas não sei por quê”, aponta Lúcia Helena da Silva, 61 anos.

Ela, que cuida de idosos, usa alguns minutinhos do seu dia para sentar na Praça, olhar o movimento e pegar um “ar”. Lúcia defende que de nada adianta uma pessoa cuidar se todas as outras apenas sujam. “Fico até com pena do responsável pela limpeza aqui. Essas lixeiras furadas sequer aparam papéis pequenos. E os contêineres estão sendo incinerados por vândalos. Fora usuários de drogas que sujam o lugar”, lamenta.

 

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