A elevação de 17,7% nos casos de suicídios no Estado é apresentada em uma pesquisa feita pela perita criminal Maria Cristina Franck, do Departamento de Perícias Laboratoriais do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a partir da consulta a todas ocorrências policiais e laudos periciais relacionados aos óbitos por suicídio entre 2017 e 2019 no Rio Grande do Sul. O trabalho é um desdobramento da tese de doutorado da perita, defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Os dados apontam que o RS é o Estado onde há mais casos de suicídio entre a população idosa, e Porto Alegre é a primeira entre as capitais. Segundo a pesquisa, foram registrados 1.145 óbitos de idosos por suicídio, o que corresponde a 28,5% dos suicídios do período. Esse indicador representa o dobro do registrado no Mato Grosso. Além disso, em comparação com anos anteriores o índice cresceu: o percentual de idosos suicidas entre 2001 e 2015 era de 23,3%.
A taxa média anual de mortalidade, registrada na faixa etária acima dos 60 anos, foi de 19,1 casos em cada 100 mil habitantes. A incidência representou um aumento de 17,7% nos casos de 2017 para 2019.
O estudo apurou as taxas de suicídio nas regiões do Estado em que aconteceram. Porto Alegre teve a maior quantidade em números absolutos: 80 casos. Venâncio Aires, no entanto, dominou a tabela dos municípios com população idosa acima de 10 mil, registrando uma média de 71,6 casos a cada 100 mil habitantes. Os três casos registrados em Camargo, colocaram o município como a maior taxa na relação por 100 mil habitantes – 162,5.