Sem verba. Falta de apoio financeiro é o principal motivo da provável saída
O início da trajetória dos meninos nascidos em 2005 do Olé na Liga Encosta da Serra não tem sido fácil. No sábado pela manhã, a garotada foi a Campo Bom enfrentar o time da casa pela terceira rodada, e teve enormes dificuldades. Com apenas 11 jogadores na delegação, ou seja, sem nenhum atleta no banco de reservas, o Olé sofreu com o nervosismo e acabou goleado por 13 a 0.
São três goleadas sofridas em três jogos. Entretanto, o que mais vem incomodando o coordenador do Olé, Gustavo Hoffmeister, não são os resultados e o desempenho dentro de campo, mas sim a falta de incentivo da Prefeitura Municipal. Como todos os meninos do elenco da sub-12 são do projeto social do Olé, a escolinha não tem como custear todas as viagens e demais gastos na competição, e isso poderia acarretar na saída da 2005 da Encosta da Serra.
“Existe a possibilidade de retirarmos essa categoria da competição. Todos os meninos são do projeto social, não tem como custear tudo. Tínhamos a esperança de apoio do poder público após a metade do ano, mas não temos a mínima sinalização de que isso acontecerá. Nesta segunda conversarei com o presidente da Lifesa (Liga que organiza a Encosta da Serra) para ver o que diz o regulamento sobre isso. Se houver a possibilidade, infelizmente sairemos do campeonato nesta categoria. Sem apoio e sem dinheiro, não se faz nada”, lamenta o coordenador Gustavo.
Sem jogar a toalha, o técnico da sub-12, Alex Gonçalves, o Leleco, afirma que buscará reforços em Porto Alegre nesta semana e não esconde a tristeza em relação à falta de motivação dos meninos montenegrinos nascidos em 2005. “Essa semana vou procurar jogadores da categoria 2005. Vou a Porto Alegre, já liguei para um amigo meu. Vou fichar uns quatro ou cinco meninos para semana que vem. Está muito complicado. Se tentarmos fazer só com os meninos de Montenegro, não vai dar certo”, frisa o treinador.
Contudo, o comandante dos meninos entende que, sem apoio financeiro, fica difícil manter a garotada na competição. “São dez equipes nessa categoria. Ao todo, são nove jogos fora de casa e outros nove em casa. Fora tem a passagem, em casa a taxa de arbitragem. Fica complicado fazer qualquer tipo de esporte sem ajuda da Prefeitura”, argumenta Leleco.
O Projeto Olé é uma parceria do Olé com o G.E. Municipal. Como nesse ano a escolinha não conta com apoio do poder público, Gustavo Hoffmeister reitera que a possibilidade é grande da categoria sub-12 ser retirada da Encosta da Serra. “Infelizmente a possibilidade é muito grande desses meninos não jogarem mais a Encosta esse ano. Os meninos do projeto social são mantidos com patrocínios que não cobrem nem metade das despesas que temos”, complementa.
Por fim, o coordenador ressalta que os trabalhos com os meninos nascidos em 2005 continuarão caso a equipe seja retirada da Encosta. “Não deixaremos de atendê-los no contraturno escolar. Eles vão disputar amistosos e torneios caso realmente a gente saia da Encosta, o que é bem possível. As categorias 2002 e 2003 continuarão, pois os meninos dessas categorias têm uma condição um pouco melhor para ajudar nas despesas, além de termos patrocínios específicos para eles”, conclui Gustavo.