O resultado dos indicadores criminais do primeiro semestre de 2021,divulgados nesta quinta-feira, 8, pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP/RS), mostra que a soma de vítimas de homicídios, latrocínios e feminicídios – conjunto tecnicamente conhecido como crimes violentos letais intencionais (CVLI) – é a menor da série histórica no Rio Grande do Sul para os primeiros seis meses.
Pela primeira vez desde 2012, quando o monitoramento passou a contar individualmente o número de vítimas dos três delitos, o total no primeiro semestre ficou abaixo de mil. Foram 870, 18,5% menos que as 1.068 do mesmo período no ano passado. Em relação ao pior momento já vivenciado no Estado, em 2017, quando 1.739 gaúchos perderam a vida em razão de CLVIs, o número atual representa uma retração de 50%.
Em junho, a soma também é a menor da série histórica, com 128 vítimas, o que equivale à redução de 15,2% na comparação com as 151 do sexto mês de 2020.
Homicídios no RS reduzem 19% no 1º semestre
Principal crime contra a vida, os homicídios registraram queda de 19% no acumulado desde janeiro, diminuindo de 981 vítimas no ano passado para 795. Em junho, comparação com igual mês de 2020, a retração foi de 135 para 118 (12,6%). Em ambos os recortes, o dado atual é o menor desde 2006.
Dos 186 homicídios a menos na comparação dos primeiros semestres deste ano e do anterior, 122 deixaram de ocorrer no conjunto de 23 cidades priorizadas pelo programa para acompanhamento permanente pela Gestão de Estatística em Segurança (GESeg). Isso significa que o grupo de cidades respondeu por seis em cada 10 homicídios reduzidos entre um período e outro. A concentração de esforços nessas localidades repercute no cenário do Estado como um todo.
Entre os 23 municípios acompanhados pela GESeg, seis encerram o sexto mês do ano sem nenhum registro de homicídios. Além de Esteio e Canoas (terceira maior cidade do Estado), não houve assassinatos em Farroupilha, que já acumula cinco meses consecutivos sem mortes do tipo, em Capão da Canoa, onde o índice está zerado há três meses, e em Lajeado e Sapucaia do Sul, que completaram 60 dias sem vítimas desse delito.
Outro dado que evidencia o peso do foco territorial do RS Seguro é o ranking das 10 maiores quedas de homicídios no Estado no 1º semestre, comparado com igual período do ano anterior. Nove posições são ocupadas por cidades que integram o grupo priorizado – a exceção é Barra do Ribeiro, onde os assassinatos em seis meses caíram de nove para dois.
Em Porto Alegre, o total de vítimas desde janeiro novamente é o menor para o período desde 2010. Foram 138 óbitos, 13,2% menos que os 159 registrados nos seis primeiros meses do ano passado. Em junho, houve 25 vítimas, quatro a mais que em 2020.
Latrocínios têm queda de 50% em junho
Outra redução criminal que aprofundou a preservação de vidas no Estado foi verificada nos latrocínios. O número de vítimas de roubo com morte no RS caiu pela metade em junho, de oito ocorrências em 2020 para quatro neste ano – segundo menor da série histórica de contabilização, iniciada em 2002, atrás apenas de 2009, quando o índice ficou zerado. Comparado com o pico, de 17 vítimas de latrocínios em 2016, o dado atual representa retração de 76,5%.
O resultado de junho ajudou a ampliar a diminuição no acumulado do primeiro semestre, comparado a igual período do ano passado. Os casos de latrocínio baixaram de 36 para 27 na soma dos seis meses, o menor total para esse intervalo desde que a contagem foi iniciada.
Estado tem redução de 6% nos feminicídios no 1º semestre
Após dois meses de alta, os assassinatos de mulheres por motivo de gênero voltaram a cair no Estado em junho. Foram seis vítimas de feminicídio, duas a menos que no sexto mês de 2020, o que representa retração de 25%. Com o resultado, o acumulado desde janeiro também fechou com queda. A soma de vítimas no primeiro semestre passou de 51 para 48, na comparação deste ano com o anterior, numa diminuição de 6%.
Além de qualificar os canais para denúncia, com ampliação da Delegacia Online e disponibilização do WhatsApp (51) 9.8444.0606, a Polícia Civil intensificou as operações repressivas contra agressores, por meio das 23 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (Deams).
Também contribui para o resultado a ampliação das Patrulhas Maria da Penha (PMPs) da Brigada Militar, que realizam o acompanhamento preventivo permanente de vítimas de violência doméstica amparadas por medidas protetivas de urgência (MPU).