Há 64 anos, uma das histórias mais incríveis e vendidas da literatura mundial era publicada no Reino Unido. Em 29 de julho de 1954, a tiragem de A Sociedade do Anel, do escritor J.R.R Tolkien, era apresentada originalmente aos leitores.
Passadas décadas, a primeira parte da trilogia O Senhor dos Anéis ainda conquista fãs mundo afora – assim como toda a narrativa. A história conta a jornada inesperada do hobbit Frodo, que deixa o condado onde mora em busca da região de Mordor, onde deve destruir um poderoso anel. A decisão de destruí-lo acontece conforme a narrativa se desenrola. A joia foi deixada como herança pelo tio de Frodo, Bilbo Bolseiro, na comemoração de seus 111 anos – e 33° aniversário de Frodo.
Com um dos maiores poderes em mãos, Bolseiro parte para uma perigosa aventura pela Terra-Média, acompanhado dos amigos Sam Gamgi, Merry Brandebuque e Peregrin Tûk. Para tentar destruir o Anel do Poder, forjado por Sauron, o Senhor do Escuro, o portador deve lançá-lo no fogo da Montanha da Perdição, local em que foi criado.
Floresta Velha, onde as árvores se comunicam entre si, Valfenda, cidadela onde moram elfos, Montanhas Sombrias… As aventuras são recheadas de fantasias, com uma narrativa envolvente e única, como só Tolkien soube fazer. Entre magos, anões, hobbits, orcs, Wargs, elfos e uma aura obscura, a trilogia rendeu produções cinematográficas e inspirou outros escritores.
Reflexões proporcionadas pela obra
Fã de Tolkien e de Senhor dos Anéis, Guilherme Esswein, 30 anos, destaca que leu a obra pela primeira vez entre o fim dos anos 90 e começo dos anos 2000. “Logo vieram os filmes e a obra mudou muito a minha vida. Sou uma pessoa que gosta de tirar lições de tudo que leio e assisto, sempre com o intuito de aprender algo”, salienta.
Entendido como ninguém no universo Tolkien, Guilherme lembra de personagens, cenas e citações e faz analogias entre a história e situações reais.
“[…] Lá, espiando por entre os restos de nuvens sobre uma rocha pontiaguda nas montanhas, Sam viu uma estrela branca reluzir por uns momentos. Sua beleza arrebatou-lhe o coração, quando desviou os olhos da terra desolada, e ele sentiu a esperança retornar. Pois como um raio, cristalino e frio, invadiu-o o pensamento de que afinal de contas a Sombra era apenas uma coisa pequena e passageira: havia luz e uma beleza nobre que eram eternas e estavam além do alcance dela”.
O trecho citado por Guilherme foi retirado do livro O Retorno do Rei, última parte da trilogia. “Essa passagem é muito boa. E isso é Mordor; essa terra sombria, cheia de maldade, onde os orcs não veem a luz do sol. E a estrela branca é o que há de bom. Então, quando o Sam olha para ela, percebe que, por maior que seja a sombra, ela é passageira. Aquela luz branca é maior do que a sombra; é eterna, e isso o enche de esperança. E é essa correlação e reflexão que fiz ao ler Senhor dos Anéis; de que é possível ter esperança nas coisas”, salienta.
Guilherme destaca que esse sentimento o preencheu também quando assistiu aos filmes. “Se você tiver o mínimo de boa vontade de prestar atenção na obra, você é preenchido por mensagens boas, cheias de esperança, que fazem acreditar que o amanhã pode ser melhor do que o hoje”, destaca.