Sobem para três os casos investigados por coronavírus em Montenegro

Nenhum confirmado. Em internação domiciliar, pacientes aguardam resultados dos exames

Montenegro tem três casos suspeitos de coronavírus em análise. O primeiro, divulgado no fim da tarde quinta-feira, 27, e, os outros dois foram informados na sexta-feira, 28. De nenhum deles há confirmação, sendo que se aguarda o resultado de exames. Cristina Reinheimer, secretária de Saúde de Montenegro, explica que esses casos são considerados suspeitos porque os pacientes, além dos sintomas – febre a partir de 37,8 graus, coriza, tosse, dor de garganta, falta de ar – viajaram para algum dos países considerados contaminandes. “Esse é o caso destes três pacientes”, diz Cristina. Ela informa, ainda, que por orientação do Ministério da Saúde, no objetivo de evitar o estigma social, não será divulgada mais nenhuma informação pessoal dos pacientes. Isso inclui sexo, idade, bairro onde morra ou país para onde viajou. No Rio Grande do Sul são 24 casos em investigação no momento e, até o fechamento desta edição, nenhum confirmado.

A resposta dos exames pode levar até cinco dias. A razão está na forma como essa testagem é feita, em etapas, se necessário. Cristina Reinheimer relata que as amostras são encaminhadas primeiro ao Laboratório Central do Estado (Lacen-RS), onde é investigado H1N1, se negativado, é encaminhado para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde é testado para coronavírus. Estes três pacientes estão na chamada internação domiciar e não em hospitais. Cristina explica porque esse é o protocolo de atendimento. “Nós temos o período de incubação, que são cinco dias, e o de transmissibilidade, que são sete dias. Só que o paciente começa a transmitir antes de sentir sintomas. E no hospital a gente tem baixa de imunidade, é um local onde tem vários tipos de patologias. Então é melhor que esteja em casa, isolado, tendo todos os cuidados, como o uso de máscara quando estiver com outras pessoas e sem dividir com ninguém materiais de uso individual”, detalha a secretária de saúde.

Diante do temor que se instalou na população, a chefe da pasta de saúde no município pede que as pessoas não entrem em pânico e salienta que, quem não esteve recentemente em países com registro de casos, nem teve contato com pessoas que lá estiveram, não têm com o que se preocupar. Maribel Martins, coordenadora da Vigilância Sanitária, destaca que o importante é tomar cuidados preventivos. “As mesmas orientações para prevenção da gripe. Higienizar as mãos, manter os ambientes arejados e ter a chamada ‘etiqueta da tosse’, cobrindo a boca. Cuidados que não servem apenas para proteger do coronavírus, mas também ao H1N1 e outros vírus”, diz Maribel.

Na tarde desta sexta-feira ocorreu uma reunião entre representantes da Secretaria Municipal da Saúde, Hospital Montenegro e Hospital Unimed Vale do Caí. Foi criado um comitê e um plano de contingência, no intuito de padronizar fluxos de atendimento no caso de uma endemia de coronavírus em Montenegro. A partir de segunda-feira, 2, serão divulgadas informações e orientações à população. A orientação da Secretaria de Saúde de Montenegro é que todos os médicos, da rede pública ou particular, ao terem conhecimento de qualquer suspeita, notifiquem a Vigilância em Saúde do Município.

Homem se intitula “químico autodidata”

Informações de que álcool em gel pode ser substituído por vinagre são falsas
Um vídeo no qual um homem se intitula como “químico autodidata” ganhou forças nas redes sociais nesta sexta-feira, 28. Segundo ele, o álcool em gel é ineficiente na eliminação de bactérias e no combate ao coronavírus. O sujeito ainda afirma que “o produto não tem efeito de proteção e seria pior do que não usar nada”, e que o vinagre seria o item ideal para assepsia das mãos.

Porém as teses de que o álcool em gel não ajuda na eliminação de bactérias, de que seu uso é pior do que não usar nada e de que o vinagre seria um produto mais eficiente nesse sentido são falsas, de acordo com o Infectologista Antônio Rosa. “A gente recomenda sim, baseado em tudo que é norma. Ele é eficaz cientificamente se bem utilizado”, diz.

O infectologista ainda comenta sobre a onda de informações falsas nas redes sociais, e afirma que as pessoas não devem dar ouvidos a tudo. “Nos baseamos sempre em documentos, e nunca pela palavra de ninguém”, completa. Segundo o Ministério da Saúde, o álcool em gel é recomendado para higienizar as mãos, juntamente com a lavagem das mãos com água e sabonete. O órgão explica que esfregar as mãos ajuda a eliminar traços do vírus que podem estar presentes em lugares de uso comum.

Maribel Martins e Cristina Reinheimer esclareceram dúvidas da população

Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
Evitar contato próximo com pessoas doentes.
Ficar em casa quando estiver doente.
Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

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