Ao contrário do que dizem mensagens que circulam em redes sociais e por aplicativos de troca de mensagens em Montenegro e região, a secretaria municipal de Saúde (SMS) de Montenegro não alterou protocolos de tratamento para pacientes com Covid-19. O que ocorre é que o órgão definiu que é decisão do médico e do paciente se serão usadas as medicações indicadas por documento elaborado por médicos do Vale do Caí sobre o tratamento ambulatorial de Covid-19.
“Não é um protocolo, não é um consenso. É uma opinião de médicos da região do Vale do Caí que se reuniram e fizeram esse documento e a SMS se dispôs a tornar possível a dispensação de algumas medicações que estão no rol do SUS para aqueles médicos da rede pública que optarem por prescrevê-los para os pacientes”, explica o médico infectologista da SMS Felipe Canello Pires. Tal documento sugere como tratamento precoce da Covid-19 para adultos o uso da Azitromicina, da Hidroxicloroquina, do Zinco, da Ivermectina e da vitamina D. Há no documento, ainda, a sugestão de medicações para o tratamento preventivo.
Pires salienta que a recomendação da SMS, do ministério da Saúde e da secretaria estadual da Saúde é de que não existe nenhum tratamento que apresente certeza de eficácia contra o vírus. “Não tem nenhum tratamento com evidência”, alerta. “A única medida (preventiva) que a gente tem evidência científica forte de que funciona, além de ter malefício menor do que medicações, é o distanciamento social, a higiene de mãos e o uso de máscara”, reforça o médico.
O documento em questão é editado por 35 médicos e usa como referência estudos de diversos países publicados entre abril e junho deste ano. Apesar disso, há alertas por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o uso de alguns dos remédios citados pelo consenso publicado por médicos do Vale do Caí para o tratamento da Covid-19.