Horário dos professores nas turmas havia sido cortado de quatro para duas horas, mas problema será resolvido
Em 2017, uma decisão sobre o atendimento pedagógico nos berçários da rede municipal de ensino deixou alguns pais insatisfeitos. Isso porque, o município precisou optar pela redução do horário dos professores nas turmas, que foi cortado de quatro para duas horas devido à falta de educadores disponíveis. Para este ano letivo, no entanto, a secretaria municipal de Educação e Cultura (Smec) garante que o problema foi resolvido.
“No ano passado, faltavam 25 professores na rede onde, realmente, não tinha quem por nas salas de aula”, explica a titular da pasta, Rita Carneiro Fleck. Ela aponta que, diante da situação, o remanejo dos educadores do berçário foi visto como a melhor alternativa. “Os berçários têm, para cada doze crianças, uma professora e duas atendentes disponíveis. E as crianças do berçário têm uma rotina bem delimitada, que envolve mais o cuidado com trocas, alimentação e soninho. É um atendimento diferente de uma criança de quatro anos, que corre, brinca e o professor precisa estar sempre interagindo com ela.”
Segundo a secretária, a criança do berçário dorme. O professor faz o pedagógico, mas quem troca, nana e dá de comer são as assistentes. “O professor nem pode trocar, porque não recebe insalubridade para isso”, coloca. Rita observa, ainda, que o processo pedagógico para os alunos do berçário precisa ocorrer quase que individualmente, não podendo ser estendido durante todo um turno diante das limitações e das demais rotinas das crianças. “O professor não consegue ter mais do que duas horas de atividade pedagógica produtiva com a faixa etária.”
Apesar da legislação pedir um educador dentro da sala, a necessidade de um remanejo e a percepção da realidade dos berçários, explica Rita, levaram ao corte das horas. Um mesmo educador passou a atender, então, duas horas em uma turma e duas horas em outra. “A gente constatou que as crianças de berçário eram muito mais ‘cuidado’ – precisando de quem cuide e de quem troque – do que ‘pedagógico’”, finaliza a secretária. A decisão, no entanto, acabou não agradando a alguns pais e levou, inclusive, a uma notificação à secretária. Para este ano, a falta de profissionais foi solucionada e o atendimento dos berçários pode ser regularizado.
Os primeiros passos para a alfabetização
A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) estabelece que, já no berçário, devam ser dados os primeiros passos no processo de alfabetização das crianças. De acordo com a secretária Rita, nesta etapa, o professor começa a apresentar o mundo letrado aos pequenos, lendo pequenas histórias, apresentando imagens, oportunizando o exercício da escuta e possibilitando seu primeiro contato com o mundo da leitura. Além disso, é iniciado um trabalho de exercício da coordenação motora e a apresentação de objetos que despertem e incentivem a atenção e a concentração. É ali que tudo começa a ser alicerçado.