Síndrome do fim do ano existe: fuja do estresse

Sobrecarga de atividades em curto período pode causar problemas de saúde e estragar a época de confraternizações

Final do ano chegando e com ele os preparativos para o Natal, confraternizações, mais pessoas vão às ruas fazer compras e transformam dezembro no mês dos excessos. No trânsito, o fluxo aumenta; em casa, as crianças já estão de férias; no trabalho, as tarefas também se multiplicam. O resultado dessa sobrecarga é a chegada de sérias complicações para a saúde, entre elas, o estresse e a ansiedade.

Muito presente entre a população nesse período do ano, o estresse é uma resposta do organismo quando está diante de uma demanda com a qual o indivíduo não consegue lidar, dessa forma, a ansiedade acaba sendo o resultado do problema, como explica psicóloga Mara Cristiane von Mühlen.

“Se temos uma [ou várias] demanda e nos vemos incapazes de lidar com ela, os níveis de estresse aumentam e isso gera ansiedade. Não de uma forma linear, mas ligados um ao outro. Isso acontece porque naturalmente temos e precisamos ter um certo nível de estresse, mas em patamares saudáveis, que é o que chamamos do estresse bom”, justifica Mara.

Mara Cristiane von Mühlen. Foto: arquivo pessoal

Para a psicóloga, grande parte dessas demandas é criada pelas próprias pessoas ou pela sociedade na qual estão submetidas. Dessa forma, final de ano torna-se sinônimo de festas, presentes, compras e, ainda, correria, gastos, dívidas e estresse. “Muitas vezes, parece que o tamanho do amor que sentimos por alguém é medido pelo valor gasto com o presente ou com o local das férias, ou seja, necessidades [demandas] que criamos ou que permitimos que o meio social insira na nossa vida”, observa.

Uma pesquisa realizada pela ISMA-BR (International Stress Management Association), associação internacional que estuda o estresse e suas formas de prevenção, confirmou o que especialistas da área da psicologia alertam. O estudo feito com 678 pessoas, de 25 a 55 anos (homens e mulheres, economicamente ativos), mostrou que 80% delas tem seu nível de estresse maior no final do ano.

Além de todas essas características que tornam o período altamente estressante para algumas pessoas, ainda existem aquelas que se cobram por metas não alcançadas e dificultam ainda mais as experiências dos últimos dias do ano.

“Nestes casos, ou nos reorganizamos e pensamos em metas menos difíceis de serem alcançadas ou nosso sentimento de autoeficácia, autoestima ficam abalados e os níveis de estresse/ansiedade podem se elevar”, orienta a psicóloga.

“A tudo isso se pode associar aumento de depressão, sintomas físicos, doenças clínicas que são potencializadas pelo estresse, problemas cardíacos entre outros”, complementa a especialista.

Inspira, respira e não pira!
Embora não esteja nos planos, o estresse de final de ano tornou-se inevitável para a grande maioria. A psicóloga Mara Cristiane von Mühlen, explica que não existe uma fórmula mágica a ser aplicada em momentos crise, que tenham soluções perfeitas, mas há tratamentos que se mostram eficazes como terapia, uso de medicação, meditação, yoga, técnicas relaxantes, entre outros meios que podem contribuir à qualidade de vida.

Ainda de acordo com a profissional, o mais indicado é trabalhar a prevenção. Nesse sentido, é possível unir vários campos do saber, nos quais entram uma nova atitude diante da vida, dos eventos, daquilo que a sociedade impõe e das coisas que as pessoas estabelecem para si. “Buscar uma vida de essência e não de aparência pode contribuir e muito para novos desfechos, seja no final do ano ou em qualquer outro período”, orienta a profissional. “Cuidar de si, do corpo, da mente durante o ano, resistir às tentações de estabelecer metas inatingíveis”, completa.

Para ajudar a combater o estresse e a ansiedade, confira algumas dicas para inserir no dia a dia:
Experimente controlar a respiração: para reduzir as reações do sistema nervoso autônomo, é fundamental fazer o controle da respiração. Isto pode ser feito compassando a respiração e inspirando lentamente pelo nariz, com a boca fechada. Ao inspirar, deixe o abdome expandir-se, ou seja, estufar a barriga e não o peito. Depois, expire lentamente, expelindo o ar pela boca. .

Mantenha-se no presente: quando a mente está dedicada integralmente ao momento atual o indivíduo tem total capacidade de análise, julgamento e ação, portanto esta é uma boa forma de controlar a ansiedade. Quando a mente passeia aleatoriamente entre passado e futuro, as ideias e a ansiedade podem iniciar ou piorar.

Seja mais organizado: quem vive na bagunça gasta tempo para achar o que precisa, dificultando o bem-estar e acaba por criar ansiedade. Trabalhar, estudar e viver em ambiente organizado ajuda no equilíbrio emocional e controle da ansiedade. Além disso, pessoas com uma organização maior do seu tempo conseguem aproveitá-lo melhor.

Pratique atividade física: além dos benefícios para o seu corpo, a atividade física também trabalha a mente. Dessa forma, a pessoa se sente mais calma, serena, e os níveis de ansiedade diminuem drasticamente, e até desaparecem. Portanto, mexa-se.

Ioga: de todas as atividades físicas, a ioga é sem dúvida uma das melhores. A combinação de técnicas de respiração e movimentos físicos faz da ioga um exército contra o estresse e a ansiedade, e até mesmo depressão.

Dê um tempo a si mesmo: em uma situação de forte estresse, é preciso parar por um tempo para não transformar os acontecimentos em uma grande avalanche e agravar ainda mais o problema. É preciso parar e deixar a mente fluir um pouco. Lembre-se que você não é uma máquina.

Medite quando puder: é uma prática que pode fazer milagre para a saúde. Com a atividade o cérebro relaxa, dissolve o excesso de pensamento e, com o passar do tempo, diminui estresse, ansiedade e evita o surgimento de doenças psíquicas.

Entre os recursos que podem ajudar a combater o estresse e a ansiedade está a meditação, que pode ser praticada em qualquer lugar. Foto: reprodução internet

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