Simplicidade para honrar o “Santo Guerreiro”

Devoção. Carreteiros e cavaleiros homenagearam São Jorge na Costa da Serra

As comemorações em honra ao Santo Guerreiro, promovidas pelo Grupo de Cavaleiros de São Jorge, foram caracterizadas pela humildade das famílias rurais. Na manhã de sábado, dia 30, 42 carros de boi cortaram a estrada da Costa da Serra. Na manhã de domingo, 1ª de Maio, foi a vez de 41 devotos do ‘Santo Guerreiro’ bolearem a perna e cavalgarem pela comunidade do interior de Montenegro.

A simplicidade também remete à história, ao reconheceram a importância do boi e do cavalo na história do Vale do Caí. Montenegro foi caminho de tropeiros, e seu comércio e agricultura sempre dependeram o arado e da carreta. Na verdade, ainda hoje o boi é fundamental na lida diária nas pequenas propriedades rurais, como confirma o agricultor José Edemar Dichel, 50 anos.

16ª Cavalgada de São Jorge reuniu 41 cavalarianos, em
um evento de famílias

“A terrinha que nós temos lá, eu só faço meus plantiozinhos no pescoço do boi. Lavrar, puxar adubo… até no mercado a gente vai de carreta”, explica. Na sua avaliação, considerando o tamanho de sua produção, investir em um trator não seria rentável. Então, ao lado da esposa Sandra da Silva Bueno, 44, mantém na propriedade de Vila Nova, interior de Brochier, um sistema que vem desde seu bisavó, que inclusive era domador de boi.

E ser domador também é uma função que precisa ser preservada. Um dos mais conhecidos na região é Fabio André Schmitz, 42, agricultor em São Pedro do Maratá, em Maratá. Ele explica que com 5 meses o animal já pode ser tirado do campo e colocado, primeiro, na corda. Depois passa a usar a canga no pescoço, para se acostumar a ser maneado. “É a lida de todo o dia. Tem que lidar todo o dia”, explica. Para uma parelha estar mansa o suficiente ao ponto de ser manuseada no trabalho, sem ser agressiva com as pessoas, pode levar até um ano. Mas a junta que levou para a carreatada de sábado, Schmitz está domando há apenas um mês.

A 12º Carreteada e a 16ª Cavalgada são organizados anualmente pelo Grupo de Cavaleiros, com apoio da Comunidade Católica de Costa da Serra – Igreja de São Jorge – e engajamento de moradores e empresários locais. Agricultores de várias cidades da região participam destes eventos. Neste ano a organização ficou a cargo dos Cavaleiros de São Jorge Vilson Alex Holderbaum; Valdair Oliveira e Valmir Cruz.

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