Quitandeiros. Pelas ruas e nas propriedades, eles garantem o sabor do Verão
O Verão pede muita água, comidas leves e frutas. Muitas frutas. Em se tratando de Vale do Caí, a comunidade pode se considerar privilegiada. Se no Inverno os citros garante vitamina C, na estação do calor os produtores e comerciantes oferecem melancia, uva, moranguinho, ameixas e outros. Os pontos de vendas estão nas avenidas e no acostamento das rodovias, com preços acessíveis e qualidade garantida pela agricultura familiar.
Apesar da alta temporada já ter passado, na Costa da Serra ainda é possível compras morangos direto na propriedade de João Antônio da Silva. A produção tardia é consequência do Inverno frio e chuvoso, que também reduziu a quantidade de fruta por pé.
Silva faz a venda direta ao consumidor. “Agora no mês de janeiro é normal ter uma queda nas vendas. Muitos clientes estão na praia. Mas, mesmo assim, tem uma procura satisfatória” comemora. A agroindústria Morangos JS vende a embalagem de um quilo por R$ 21,00. E por falar em venda de frutas, elas também podem ser adquiridas na Casa do Produtor Rural, junto com verduras, legumes, grãos e panificados.
Parreiral no Pareci é atração de turismo e de sabor
Uma fruta saborosa que desceu a serra e faz sucesso no Vale é a uva. O agricultor Sérgio Sachet trouxe parte do seu parreiral de Linha Vicentina, interior de Farroupilha, para as terras de Pareci Novo. A compra é feita direto da plantação, em propriedade na ERS-124, pouco antes do pórtico; com direito a degustação e um espaço para fotos sob o parreiral carregado de vistosos cachos. Ele também vende suco natural de uva e Lichia (originária da China) colhida da mesma terra.
São 1,5 hectares da variedade Niágara Rosa e Branca, por R$ 6,00 o quilo. Com previsão de quase 25 toneladas, a safra em Pareci encerra em fevereiro. Depois Sachet trará uvas de Farroupilha, incluindo a variedade Itália, verde e rosa, por projeção de R$ 8,00 o quilo. O agricultor tem clientes fiéis e que, segundo ele mesmo, “querem qualidade”. O parreiral é visitado por dezenas de pessoas, de toda a região.
Melancia daqui e de lá de fora
A melancia é a cara da estação. Ela repõe o líquido do corpo e refrescar quando degustada gelada sob uma sombra. Ela rivaliza com a bergamota como símbolo da agricultura, em especial de Montenegro e Capela de Santana; tanto que ocupa os mesmos espaços nas margens das rodovias. Como o ponto que Luiz Carlos Schmitz fixou na localidade de Segredo, ao lado da ERS-240, na divisa das cidades.
“Tá muito boa. Uma melancia extremamente doce”, garante o produtor do Paquete. Sua estratégia para fugir da seca foi virar a terra com arado quatro vezes em seis meses; plantar e colher cedo. E mesmo tendo produzido acima da média, com 6.000 frutas em cada um dos três hectares, já vendeu toda a safra. Agora Schmitz, assim como os demais vendedores nas rodovias, começam a trazer melancias de outras cidades, como da região de Encruzilhada do Sul.
Uvas que cruzaram o Brasil
Outro mercado de frutas a céu aberto é a Via II. Em uma das principais entradas de Montenegro são ofertadas uva, ameixa, pêssego, morando e melancia, de vendedores e agricultores da região. Mas também há os “estrangeiros”, como Valdecir Lucca, que nesta semana ergueu quitanda no bairro São Paulo. Ele chega em curiosa triangulação, sendo um morador de Cianorte, no Paraná, que veio ao Vale do Caí vender uvas do Pernambuco. “Aqui é o patrão que acha locação pra nós”, explica. São cinco variedades, por R$ 20,00 o quilo, que dão o ano todo naquela região do Brasil.