Em documento enviado ao Gabinete de Crise do Município, o GC, a nutricionista e sanitarista Silvana Schons comunicou sua saída da chefia da Vigilância em Saúde, cargo que vinha ocupando no Governo Zanatta desde o fim de março. Sua relação com o setor, porém, não era nova. Em 35 anos de serviço público, Silvana trabalhou 18 na Vigilância de Montenegro e, neste tempo, foi chefe do setor em 2012 e, após, entre 2015 e 2020; até a aposentadoria no início do ano passado. Ela chegou a ser anunciada como a secretária de Saúde de Zanatta após as eleições de novembro, mas desistiu da pasta alegando questões pessoais. Logo depois, aceitou o convite de voltar à Vigilância.
“Foi um tempo muito breve. A gente não conseguiu dar sequência ao trabalho de sempre, mas saio de cabeça erguida e de missão cumprida”, colocou Silvana à reportagem. No documento que enviou ao GC, a nutricionista aponta que, com a pandemia, encontrou um novo desafio a frente de um cargo que já conhecia bem. Com ele, ela cita que assumiu a responsabilidade de formatar o Plano Municipal de Fiscalização dos protocolos de controle à Covid-19 – uma demanda do governo do Estado –, definição que Montenegro ainda não tinha alinhado até então.
Traz o texto: “Dialoguei, capacitei e organizei os fiscais das diversas secretarias para que integrassem a Força Tarefa exigida ao Município. Formou-se, assim, um grupo de dez Fiscais somados a incansável Guarda Municipal e a nossa valorosa Brigada Militar. Sob minha chefia, de 19/03 a 07/05 passamos por milhares de pessoas. Foram abordadas 2.047 para o uso de máscaras, havendo apenas uma autuação. Foram visitados 551 estabelecimentos, sendo 81 notificados e seis autuados. O trabalho granjeou a compreensão de muitíssimos munícipes, bem como o descontentamento de uns poucos descumpridores da lei. Inacreditavelmente, esses poucos vêm conseguindo destoar a já fragilíssima afinação entre o trabalho dos fiscais e a Administração Municipal.”
Ela finaliza citando a obra “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, para pontuar que não poderia escolher a neutralidade diante de tempos de crise. À reportagem, Silvana preferiu não entrar em detalhes sobre os seus motivos, mas confirmou a veracidade do material que enviou ao GC e que acabou vindo a público sem o seu conhecimento. Questionada, a Administração Municipal informou que não se manifestaria sobre a situação. Um novo nome para a chefia do setor ainda não foi definido.