Servidores públicos pedem recomposição salarial e dizem que situação é “desesperadora”

Há dez anos sem recomposição salarial, servidores públicos do Rio Grande do Sul dizem que enfrentam uma situação dramática. Com isso, muitos trabalhadores da segurança já buscam alternativas para sustentarem suas famílias fazendo “bicos” em supermercados, farmácias e outros estabelecimentos e serviços.

Os servidores também alegam que os custos aumentaram e são muito altos, já que não podem residir em áreas vulneráveis, visando à segurança de seus familiares. “A falta de efetivos nas casas prisionais é outro grande problema que estamos passando. São presídios super lotados e falta policiais penais em todas as dez regiões penitenciária, protesta o vice-presidente do Sindicato dos Policiais penais do Estado, Cláudio Desbessel.

A Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro (PMEM), que tem capacidade de engenharia para 976 presos, está com carência de efetivo diante do dobro da capacidade de presos. “O número de servidores é tão baixo que não divulgamos para não colocar os colegas em risco ainda maior. Esta escassez de servidores gera cansaço, estresse e depressão”, declaram os agentes.

Outra preocupação é com a saúde mental. O Rio Grande do Sul é o Estado com o maior índice de suicídios entre a população brasileira em geral, com 10,3 casos a cada 100 mil habitantes, conforme dados do Ministério da Saúde. E a situação dos agentes tem gerado cansaço, estresse e depressão.

De acordo com o Sindicato, na Susepe, por exemplo, cerca de mil servidores penitenciários, como os agentes penitenciários administrativos e os técnicos superiores penitenciários, que atuam engrenados na segurança e são lotados nos presídios, não têm garantida a paridade salarial e integralidade quando se aposentarem. “O vale-refeição recebido por nós ainda é de R$ 366,00 e não cobre nem a metade dos gastos mensais. Cerca de 70% dos servidores têm dívidas de empréstimos com o Banrisul, e a maior parte da remuneração comprometida está consignada à instituição, que desconta direto da folha do pagamento. Diante deste cenário, o mínimo que esperamos é que o governo dialogue com a categoria”, pede Cláudio Desbessel.

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