Na manhã deste sábado, 19, a Associação Cultural Beneficente (ACB) Floresta Montenegrina promoveu um seminário com o tema “O Negro e a Educação”. O evento contou com apresentação artística de Sérgio Rosa e palestra da pedagoga Fernanda Oliveira. Vários professores da cidade participaram do encontro, que abordou questões voltadas à educação antirracista.
Presidente da ACB Floresta Montenegrina, Letícia Santos destaca que o objetivo do evento é falar sobre uma perspectiva preta. “Contar a nossa história, com ancestralidade, com o que há de mais rico e bonito. O dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, é uma data gaúcha, data de resistência, de luta, de poder dar visibilidade ao povo preto”, frisa.
O que estamos fazendo aqui é inclusão, é colocar o negro no seu papel e, principalmente, contando a sua história. Estou muito feliz de mostrar aqui hoje dois trabalhos efetivos, que acontecem e estão circulando no Estado. Acho importante a gente mostrar que é viável e possível, e principalmente mostrar práticas que nos representem”, complementa Letícia.
A apresentação de Sérgio Rosa, que interpretou Maria em seu espetáculo, emocionou a todos e enfatizou a importância do enfrentamento ao racismo. “Acredito que trabalhar essas temáticas é de fundamental importância quando sonhamos em viver em uma sociedade melhor. Essa sociedade melhor passa por a gente fazer o combate ao racismo, de todas as formas do racismo, seja o estrutural, seja o institucional, seja as injúrias raciais”, pontua.
Sérgio reforça que o evento, pensado para a educação, abordando uma educação antirracista e com letramento racial, busca proporcionar uma sociedade onde o cidadão seja visto pela sua competência, e não pela sua cor. “É isso que nos falta atualmente, possibilitar que ali na frente, os futuros gestores percebam a importância da coletividade racial deste Brasil, e que todas as histórias são importantes, pois são essas histórias que construíram essa estrutura econômica, cultural e religiosa do Brasil que a gente vive”, ressalta.
“Precisamos ainda falar em consciência negra, porque é essa consciência negra que fará esses enfrentamentos e vai fazer as pessoas repensarem os seus atos”, completa Sérgio.
A pedagoga Fernanda Oliveira não escondeu a emoção por participar do evento. Estar aqui na Sociedade Floresta, em um território sagrado, me emociona muito. Essas origens fizeram com que eu tivesse um projeto voltado às infâncias negras. Tenho pesquisado formas de alcançar crianças negras, mas também crianças não negras, através da afro-perspectiva. Que todas as crianças possam aprender a ser antirracistas, e aprender com a diversidade”, declara.