Semestre tem quase 200 casos policiais com menores de idade

Violência. Lesão corporal a professor e entre alunos estão entre os principais

Montenegro registra 196 ocorrências policiais e atos infracionais envolvendo adolescentes desde o começo do ano. Do total, 75 foram no âmbito escolar. Além disso, 18 acabaram conduzidas à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Montenegro (DPPA). Os demais foram solucionados administrativamente pelas instituições de ensino e a Brigada Militar.

De novembro até dezembro do ano passado, quando iniciou o levantamento, o número de casos chegou a 53, sendo 27 nos colégios. As situações mais frequentes são ameaça com arma branca, além de lesão corporal a professor e entre alunos. Além disso, alguns estudantes foram flagrados com posse de substâncias entorpecentes.

Combater todas as formas de violência, o uso de drogas e o bulliyng são, justamente, alguns objetivos da Patrulha Escolar do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Desde o começo do ano, já foram 41 palestras nas escolas municipais e estaduais da região, com 1.993 estudantes alcançados.
Durante os encontros também são abordados temas como danos ao patrimônio público. A ideia é contribuir para a educação dos meninos e meninas visando mantê-los no caminho do bem, longe de más influências e condutas inadequadas.

A reportagem do Ibiá acompanhou uma palestra na Escola Municipal de Ensino Fundamental Walter Bellian. O sargento Estevão Benites, idealizador do projeto desenvolvido inicialmente em São Leopoldo, e a soldado Daiana Brandt conversaram com os alunos da turma de aceleração, onde eles cursam dois anos em um por estarem “atrasados”.

Soldado Daiana e sargento Benites

Os policiais reproduziram uma reportagem de um aluno responsável por matar a tiros colegas no município de Goiânia, Goiás. Benites destacou o fato de, provavelmente, o menino ter sido vítima de bulliyng. “Antes de colocar um apelido em alguém, debochar de um colega, pensem ‘e se fosse eu?’. O bulliyng são 20 dando risada e um chorando. Isso pode ser o estopim para uma tragédia”, frisou o sargento.

Também esteve entre os assuntos o caso de um aluno que ameaçou a professora dele e o diretor da escola com faca. “A autoridade dentro de uma sala de aula é o professor ou a professora. É inadmissível sofrerem algum tipo de agressão. Mesmo ganhando o que eles ganham, se esforçam para dar uma aula boa”, ressalta Benites.

A professora de Ciências da instituição Maria Fernanda Kuhn de Oliveira avalia como positiva a ação. “É super importante, pois a presença da Brigada Militar chama mais a atenção deles. Essa conversa é fundamental, apesar de abordarmos esses temas em sala de aula, nem sempre conseguimos atingir os alunos”, explica. “Achei muito legal porque é importante saber sobre essas coisas”, destaca, em fala sucinta, o estudante Eduardo Maciel Silva, 14 anos.

Prevenção ao uso de drogas
A soldado Daiana falou com os alunos sobre a importância de se manter longe das drogas, sem esquecer do álcool, também relacionado à dependência química e a crimes. “A maconha é a porta de entrada para drogas mais pesadas, como crack e cocaína. Isso leva a furtos em casa e a roubos para pagar a dívida com o tráfico.”

Ela lembrou, ainda, o fato de o envolvimento com o tráfico levar à falsa ilusão de status, elevada pela presença constante do dinheiro, armas e grandes festas. “O traficante vai acabar preso. Não existe crime perfeito”, sublinha.

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