A República do Quênia, país localizado à África Oriental, implementou no ano passado uma lei que proíbe a produção, comercialização e o uso de sacolas plásticas. Conhecida como a mais severa do mundo, ela impõe prisão de até quatro anos e multas que chegam a US$ 40 mil para quem insistir nas sacolinhas descartáveis. Ainda que implementada de modo um pouco abrupto, segundo seus críticos, o país começa a sentir os resultados positivos da mudança.
A redução do número de mortes de animais marinhos por sufocamento, causada em sua maior parte pelas sacolas, é um dos principais exemplos. Segundo o diretor da Autoridade Nacional de Gestão Ambiental, David Ong’are, antes do veto os pescadores e criadouros costumavam encontrar plástico em 3 a cada 10 animais que eram abatidos. Em abril deste ano, esse número já tinha caído para apenas 1 em cada 10. É uma redução de 67% nos índices.
Os comerciantes locais também tiveram que se adaptar, embora reclamem da forma como foi implementada, sem tempo para adaptação ou ajuda de custos com alternativas economicamente viáveis. Muitos passaram a pedir que seus clientes levem sacolas reutilizáveis ou potes de plástico para suas compras e há também comércios que passaram a vender essas sacolas e também modelos compostáveis. A grande reclamação é de que essa opção chega a ser até seis vezes mais cara que as tradicionais sacolinhas de plástico. Queixam-se ainda que não há nenhum tipo de ajuda do governo para a mudança, de modo que os comércios tiveram que arcar sozinhos com os novos custos.
Apesar disso, as autoridades locais comemoram a maior conscientização das empresas, que começam a oferecer soluções para seus resíduos por conta própria. Entre a população, também há uma preocupação crescente com o lixo produzido e qual será seu destino. No geral, a lei tem sido considerada um sucesso e outros países africanos – como Uganda, Tanzânia, Burundi e Sudão do Sul – estão considerando a adoção de medidas semelhantes.